domingo, 20 de novembro de 2011

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Carta n.º124081



Querido transtorno,


Não me lembro a última vez que respondi às tuas cartas. Tem sido um bocado complicado sobreviver ultimamente, daí a falta de resposta. Desculpa pela ausência, mas como sabes não gosto de recordações passadas. Os dias aqui têm sido longos, demasiado longos talvez. Ou talvez seja o hábito dos minutos contados, ou os dias a devorarem-me a a pele lisa, os sorrisos e a juventude... Seja de que forma for, os dias têm sido assim como te conto, demasiado longos para mim. O tempo entretanto melhorou consideravelmente (sabes como gosto do sol e das noites quentes), e com um enorme espírito de descoberta. Sabes como passo cada minuto dos meus dias a descobrir, a redescobrir e a descodificar... Acho que isso já faz parte de mim. Tenho sempre em mente que se um dia parar é o dia em que morro. Já alguma vez olhas-te para baixo de um prédio muito alto e pensas-te em: "Qual seria a sensação e em que pensarias durante aqueles poucos segundos até chegares ao chão?" Eu já. A curiosidade será a minha morte provavelmente mas há algo nela que parece nunca ter fim, nunca ser rotina nem desilude. Acho que em criança, não era assim tanto, penso que sempre curiosa mas mais criativa provavelmente. Entro neste circulo de olhar por detrás da cortina e por vezes, acabo por não saber como sair, onde até a minha respiração passa a ser apenas mental. Toda eu paro. Dormir passa a ser impensável, a comida deixa de ser tão essencial e simplesmente visto-te. Diz-me sinceramente, como se consegue ser completamente feliz olhando para tudo de habitual com desdém? O desafio, isso sim torna-me viva e no meio disso tudo consigo olhar e pensar sempre com um grande sorriso "Isso assim sou eu!"


Eu e as minhas palavras sempre prolongadas, mas não consigo deixar de te ser sincera. Todas as noites me deito e penso em ti e nas nossas cartas mentais. Penso em tudo como poderia ser diferente, e como tudo poderia ser igual da mesma forma. Não entendo como ainda aqui estou, ou acho que entendo ainda menos como aqui cheguei, o belo ser que contigo fala. Sinceramente, achas que tudo irá melhorar?






Com amor,


Diana W.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Dude, what's the deal?!

Dude, what's the deal with...

... a música nova da Jennifer Lopez ft. Pitbull com a Lambada?! Ou a música de Duck Sauce com Boney M?! Apenas uma palavra me ocorre quando aparecessem acidentalmente: "What the Fuck?!"
Música de gente grande, já foi criada a muito tempo. Nós só nos baseamos no nosso imposto sistema de reciclagem e de reutilização. Please, don't...
Think green on music.


Diana W.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Tratem de me suprimir
Já não foste aquele o último
Em cada canto um avanço
Para a penetração consumada
Já passou de sono tranquilizante
Para o último sonho
Faço de mim, obra publicada
Na infinita corrente de causas
E quando mais me faltar,
Terei para sempre
A minha infame estupidez!


Diana W.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

"Eu quero..."

Acordar calmamente ao som do meu descanso pacífico

Olhar para o relógio e não ver minutos atrasados

Não sentir calor nem frio

Levantar nua e vestir a minha pele

Lavar a cara com água morna e límpida

Vestir a roupa da mais pura seda

E os cabelos com perfume de rosas brancas

Beleza inconfundível e sem fracassos

Sentar à mesa e deliciar-me com fruta fresca

Saborear... Transformar-me em pessoa mais um dia


Fechar a porta e descer pela rua a pé

Desejar um "Bom dia" a todos os vizinhos

Atravessar o rio e ver a água a cair

Ver todos os cafés abertos,

Os pescadores a recolher as redes,

As peixeiras a gritar!

As casas a ficarem vazias e a rua a movimentar

A máquina a capturar todos e tudo

O dia das almas a correr sem saber por onde correr

Sentar no banco do jardim central

Ver os velhinhos a jogar cartas, dominó e damas

Ouvir o que têm para contar:

Da vida passada, da vida presente e do futuro

Sabedoria de uma vida vivida e dura

(Histórias inexistentes para quem agora vive)


Tirar os meus sapatos e caminhar na areia

Sentar-me numa pedra e fechar os olhos

Ouvir as milhares de músicas

Encontrar todas as pessoas da minha vida

Ler um poema bem alto em frente à plateia

Usar cada pedaço do meu corpo para falar

Realizar o meu filme e a banda sonora

Citar os grandes Homens

Ler todos os meus livros e apontamentos

Ver todos os filmes na prateleira

Experimentar todos os sabores do mundo

Visitar cada cidade dos mapas

Transformar o velho em novo,

E manter as memórias de tudo que vi

Colher uma flor e oferecer a quem amo

Sentir a sensação de alivio do espirro

A despreocupação de uma criança

Um exemplo a seguir

Compreender todas as línguas do mundo,

As faladas e as não faladas

Comer um pedaço de bolo quente

Saltar em cima da cama e não partir

Conversar com desconhecidos

Sujar-me toda na terra

Escrever a minha carta de despedida


Pousar as minhas memórias

Debruçar-me na janela e ver o sol a cair,

Todos os dias.

Sentir-me mergulhada em água quente,

Com um belo copo de vinho tinto

Jantar à luz da lua em dias quentes

E vestir-me como uma princesa

Para todas essas noites contigo

Adormecer todas as noites abraçada

Antes de adormecer sentir que sim.


Diana W.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Um livro, uma manta e um copo de vinho



Finalmente consegui deitar na relva verde ao teu lado num dia lindo de sol de Primavera. A brisa inexistente deixava que aquele ar cheirasse às flores típicas da sua época. Chamas-me uma despreocupada desequilibrada enquanto sorris. Porque me chamas isso, eu não sei. Tanto te amo como desapareço. Despreocupada? Pouco ou nada.

O poder de conseguir parar o tempo seria maravilhoso. Tornar aqueles momentos curtos em horas ou dias, onde nós estamos perdidos em nós e a minha pele ainda virgem. Parte esses ponteiros de morte e cria vida. Tira os sapatos e caminha descalço sobre o verdejante prado e colhe as tuas flores e seus frutos. Não deixes que nada te faça desaparecer e senta-te comigo. O desejo torna-me tua escrava sentimental, perdida entre o calor e a sensação. Escreve em mim as tuas promessas de ardor, vencerás sempre esta guerra de imortalidade que só nós conseguimos. Como se tornou inesquecível a sensação do teu toque na minha pele e como isso tornava tudo simples. Simplifica a tua vida. Primeiro, divide em parcelas, e depois as parcelas das parcelas, e assim continuamente. Encontrarás como resultado: "nada". As nossas confusões são nada em relação ao que vimos nascer, as suas primeiras palavras e seus primeiros passos.

A nossa árvore, nossa protectora e defensora. As folhas a cair lentamente em mim faz desaparecer o cheiro das flores e caí a noite Outonal. Não deixemos a nossa relva e a nossa árvore por causa do frio mas sim, antes aquecemo-nos e ajudaremo-nos a manter tudo que precisamos para sobreviver. Desequilibrada? Sim, por favor e mantém me companhia.

Diana W.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Elevador



Carrego no botão. O peso do mundo e dos livros davam um esquecimento de mim mesma, tudo se havia tornado pedra entretanto, e espero. Está vontade constante de querer desaparecer começa aparecer e no entanto, penso que a loucura é a minha guia por dias a fio. Finalmente chegou. A espera tornou-se tão longa que mergulhei com a minha insanidade, minha doença apreensiva e cautelosa. Enquanto desço, ouço o som de uma guitarra. Aquelas simples notas daquela música tão familiar e por breves segundos pensei: "Quem estará a tocar aquela música? Afinal, é isto a razão de tudo. A paixão de uma música, das palavras, de um breve sorriso ou do amor pelo que acreditamos. É por isso que tentamos ou então, morrer a tentar." Cheguei ao fim com mais força do que comecei a minha viagem.



Diana W.