segunda-feira, 14 de abril de 2008

Nostalgia



"Toma-me o gosto e leva-me a respirar o irrespirável".


João Carlos

domingo, 13 de abril de 2008

No Dia em Que me Esqueci...

"Meus Senhores
Minhas Senhoras
A todos os presentes
E mesmo os ausentes
Agradecemos a vossa atenção.
Este momento é de grande importância
Talvez o mais importante
Talvez
É o momento em que tenho para dizer...
O momento de todos nós....
Temos algo muito importante para dizer
E já é a segunda vez que o foco
Mas é de facto importante
E não há duas sem três
Mas desta é de vez
Aliás talvez não seja
Porque aquilo que tenho...
Ou melhor temos para dizer...
É nada.
Nada.
Absolutamente nada.
O que não de será de todo para espantar
Porque nada não é bem nada
Sim que algo já foi dito
Mas o que foi dito é nada.
Dizer nada já é alguma coisa
Pois há mesmo quem não diga nada
Outros há que não têm nada a dizer
Nós apenas queremos dizer nada.
O que mostra a singularidade do nosso gesto
Sim aguardámos ansiosamente esta oportunidade
Este pequeno espaço em que não havia nada
Para nada podermos dizer.
Mas não pensem que é por nos proibirem
De dizer outra coisa
Não.
Nó gozamos de toda a liberdade
Para dizer aquilo que nos apetece
Por isso queremos dizer nada
Temos esse direito
Tal como vocês
Resta-nos agradecer toda a vossa atenção
Obrigado."

...by J.P.A


Obrigado por me abrires os olhos para este mundo apaixonado e único. Obrigado pelos sentimentos que me aspiraste a ter dos quais recordo com muita saudade.


João Carlos

sábado, 12 de abril de 2008

Deixa-te Cair...


A chuva molha meu rosto já molhado.
Posso mudar. Sou muita gente numa só.
Quero mudar quem eu sou.
Mas porquê mudar? Para mim ou pelos outros?
Se mudar destruo quem eu sou. Estarei assim tão preparada para desaparecer?
Sentiriam saudade?
Mais do que qualquer outra pessoa, sentirei eu saudade de quem sou.
Adoro quem sou. Sinto-me um privilegiado. O mundo é meu, sinto-o aqui, dentro de mim.
Será típico? Será vulgar sentir-me como me sinto?
Talvez não.
Porque haveriam de gostar da chuva no rosto?


João Carlos

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Função Poética?


Era uma vez um homem que passava os dias sozinho. Passava os dias a suspirar e a sentir que precisava de falar com alguém, mas não tinha com quem falar.
Um dia, onde mais uma vez suspirara, conheceu uma caneta e uma folha de papel em branco. Essa caneta e essa folha queriam ser usados por alguém mas, já ninguém escrevia naquele tempo. Já ninguém sonhava.
Quando o homem os encontrou, sem pensar e apenas sentindo o murmúrio das palavras, sentou-se e escreveu.
No inicio não sabia muito bem que dizer, mas quando a caneta tocou no papel e a primeira letra fora desenhada, a primeira palavra criada, nasceu a sua primeira frase: "Era uma vez..."
Apartir desse momento, passava os seus dias a escrever, pondo tudo que ele era em papel: o belo, o feio; e o verdadeiro e o falso. Continuava a sonhar, mas sozinho nunca mais se sentiu. Quando tudo podia falhar, ele continuava a ter a sua caneta e o seu papel, não em branco, mas sim com essa melodia, que se chama, a escrita.


João Carlos