quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O Bom, o Mau e o Vilão

Tento viver os dias com o bom, o mau e o vilão. Tu tens sido o bom, a escuridão tem sido o mau e eu tenho sido o vilão. Quando a inocência da vida é-nos retirada, quando olhamos para a vida de uma forma como nunca antes vista; quando passamos pelas horas, pelas ruas, pelas pessoas e tudo nos parece longe, o peso da vida é pedra pesada. Quantas pedras foram lançadas quando estavas tu para me ajudar a fitá-las e quando chegaram as tuas pedras, falhei. Falhei. Quando quis tanto que o tempo avançasse, nunca desejei tanto que ele pudesse voltar atrás. Apenas te prometo com todas as minhas palavras que essa pedra não será carregada apenas por ti, mas sim por nós porque, não sairei de onde prometi ficar.
A inocência voltará, não agora, mas sim quando a cicatriz sarar. Sim, ficará sempre a marca, uma das muitas nossas cicatrizes. Quando começamos aos poucos e poucos voltar ao que éramos. Levantar de manhã, vestir, lavar os dentes, pegar nas chaves e sair... Continuamos a caminhar, continuamos a recordar mas sem deixar de amar.


Diana W.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Porquê esse caminho?


Tinha em mim todos os sonhos, agora não passo de reflexo na água, uma imagem distorcida do que fui, do que sou...
O meu inconsciente, é sempre a porra do inconsciente que me desenha com estas formas, que me pinta desta forma. Pintor cruel.
Diz-me tu, ó pintor, que fiz eu para me detestares na ponta dos teus pincéis?
Diz-me tu o porquê das cores que me dás?
O porquê das lágrimas com que me pintas?
Com essa tela, traçaste meus sonhos. Que tenho eu agora para sonhar?
Foste estragar a mais bela imagem minha e para quê? Nunca mais irei ser tão bela quanto fui. Não terei as mesmas cores, aquelas cores que só aparecem por vezes uma única vez. Não terei as mesmas formas, meus traços foram apagados e deixaram de ser tão amados.
Porque foste tu, ó pintor, estragar o que já era belo por si?


Diana W.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Let it Go

Where do you go
When the day is long
And where does your heart beat
And who is wrong

Why do I feel this way
Why do I kneel
How could I let it go
Why do I feel
Why do I feel

WhyFollow me home
Through the, the maze and on
I'll show you the road
That I led you the wrong way on

Why did I go that way
Why do I steal
How could I let her go
Why do I feel

Oh why did I go that way
Why do I steal
How could I let her go
Why do I feel
Why do I feel

Why Why
Why did I go that way
Why do I need
How could I let her go
Why do I feel

Oh why did I go that way
How could I steal
Oh how could I
How could I
How could I
How could I
How could I

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Alice is sleeping

Deito-me e sonho Estas belas palavras
Que nem sempre as tenho
Adoro dizê-las, adoro vivê-las
Em todos os momentos que sonho,
Estou deitada e caminho
De um lado para o outro
Como vento que passa por mim

Sento-me e escrevo
Num palácio de cristal
Com vestido de gala
Debaixo de um salgueiro
Sozinha no meio do nada.
No jardim encantado,
Sonho connosco.

Quando o peso das águas me engolem
Cansada das roupas que uso,
Já têm o formato do meu corpo
Branco e sem formas,
Como uma nudez invadida
Por um espaço infinito
Desapareço em mim.


Diana W.

domingo, 16 de agosto de 2009

Reecontros


Alguma vez tiveste aquela sensação que sentes falta da tua camisa de flanela preferida?
Não?! Pois, eu hoje senti. E para ser honesta, foi a melhor sensação dos últimos dias, sentir uma ansiedade enorme por vestir algo tão pouco estiloso, um tanto vulgar, algo tão anti feminino, mas aqui vai algo de novo - Don't care! Em tempos, aquela camisa quase fazia parte da minha pele, esquecida no armário por tempos de mudança. Guess what? I need it back!
Welcome back.


Diana W.

sábado, 15 de agosto de 2009

Refexão do auto-confissão


Confessemos tudo o que em nós vive.
Eu?! Não tenho confissões, mas se tiver, irei negá-los diariamente a ti.
Neste momento, apenas me confesso a mim mesma, perdida no vasto azul do céu, penso.
Molho cuidadosamente os pés na mar frio desta terra e sinto a areia por entre os dedos. Caminho. Deixo as pisadas por breves minutos até água apagá-los da memória. Como as minhas pisadas me demonstram aquilo que neste momento sou. Devo ter caminhado horas e mesmo assim não consigo nem percorrer metade do meu caminho trajectado. O meu trajecto: Caminhar para confessar e pensar para poder continuar a caminhar, redimir os meus pecados. Não penso serem muitos, mas basta um para me atormentar. O meu maior pecado sou eu mesma. Se conseguisse orar, oraria por mim. Mais ninguém tem mais medo do que eu de mim mesma. As minhas ideias, as minhas acções, as minhas emoções. Após alguns anos, sinto-me novamente perdida. A minha instabilidade aparece, desaparece e volta novamente ao estado de desequilíbrio. Acho que começa a fazer parte do meu ser, ser tudo e nada. Carrego em mim os sonhos de criança e torno-me em nada quando não o posso ser. Mudo-me. Mudo-me várias vezes. Nunca deixo de ser eu, mas ao mesmo tempo não sou eu. Sou como um retrato pintado por um grande pintor, mas um pintor não coloca a pessoa na sua tela, apenas um reflexo de uma imagem capturada por um único momento. Eu não sou um momento, sou uma mão cheia deles. Quem na verdade consegue retratar isso? Teria de pôr como hipótese uma máquina fotográfica. Correcto. Uma máquina fotográfica. Uma máquina. Mesmo assim não deixa de ser apenas uma representação de mim mesma, e não eu. Seria necessário uma câmara diária para uma vida inteira para me esboçar.
Sou ambiciosa, demasiado. Devíamos chegar a um estado de contentamento mas mais uma vez, parte da natureza humana. Queremos mais e melhores constantes para nós mesmos, com apenas um único propósito, arranjar uma razão pelo qual existir.
Existe uma segunda parte de mim, sozinha numa ilha. Neste momento sem essa parte, a minha confissão deixa de fazer sentido, deixa de existir, é para ela que me confesso. A minha longínqua metade.
Sou uma menina perdida em si mesma. Não consigo contrariar. Não consigo não ser eu. Preciso de cor, preciso da lua, preciso de um baloiço, preciso de mergulhar nesta água para me limpar de todas estas palavras que passam em mim, preciso de viver. Espero o mundo e contigo, minha metade, conseguirei. Mas sem ti, todas as palavras aqui escritas deixam de fazer sentido. Se fosse pessoa inteira, pessoa completa, a vida não deixaria de ter rumo mas enquanto caminho com os pés molhados, os meus sonhos mudam. Continuarei a caminhar, mas nunca será o mesmo momento, as mesmas pisadas, as mesmas palavras, sabendo que existes, que estás perdida na ilha abandonada, e eu aqui sem ti, minha metade de mim.


Diana W.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

As paredes brancas

Rasguem-me o corpo
Desta alma
Corpo cansado e nú
Alma descansada
Virem-me do avesso
Sacudam-me e acordem-me
Tornem-me em um
Apenas um
Tapem-me a boca
Tapem-me os olhos
Apenas conseguirei ver melhor
Conseguirei ser melhor
Cantarei melhor
Minha dor são palavras
Meu corpo são versos
Minha mágoa é canção
Todo eu sou muitos
Muitos não sou eu.
João Carlos

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Tudo que vai, volta



Tudo que vai, volta
Momentos de êxtase, momentos únicos
Dias de Verão quentes, tempestades
E depois voltamos a fechar os olhos
E adormecemos no nosso corpo.
Olhar ao espelho e ver
Para além de mais um dia
Ver sim o grande dia

Tem sido um constante.
Olho-me como um impasse
No percurso da vida,
Ser pedra que vai rebolando
Quando me dão um pontapé.
Seria pior sendo pedra a desfazer
No som das ondas do mar,
Parada à espera do destino final,
Mas continuo a sentir e querer
Ser pedra que segura a casa
Ou pedra da sepultura,
Onde dito as horas de um corpo frio mas vivido,
Pedra que marca história.
Pedra que fala e conta.

Ser pedra e não ser ouvida,
É como um conto.
Irreal para os olhos do mundo.
Continuo a ter em mim os sonhos do mundo
E mesmo assim, continuo a sentar-me
Neste parapeito a olhar para cima.
Quando é que me tornei pedra parada?
Parei por um sonho, na ilusão de um sonho.
Cada vez o vejo mais longe, cada vez mais
Caiu na minha realidade e como mais uma vez
Sonhei e acreditei.
Não deixarei de sonhar
Mas como posso eu acreditar em ser marco
Se por vezes sinto-me
Como apenas mais uma pedra?


João Carlos

sábado, 25 de julho de 2009

Keane - You don't see me


Like beautiful dawns, all made up and bright
Radiant people, in splintering light
All moving at the speed of life
Reflecting in each others' eyes
But you're moving so fast
Through this beautiful scene
You don't see me
You don't see me

Oh truly we are, a fortunate few
Who turn on your axis, revolve around you
All spinning outwards from your sun
Passing your reflection on
In your hurry to grasp
Everything you see
You don't see me
You don't see me
You don't see me
No, you don't see me

Such a beautiful view
I guess you've seen it all
But you
You see nothing at all
Such a beautiful view
Shining so bright
Shining so bright
So bright

All moving at the speed of life
Reflecting in each others' eyes
But you're moving with such irresistible speed
You don't see me
You don't see me
You don't see me
No, you don't see me
No, you don't see me
Oh oh... Oooo, ooo...
Diana W

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Alicerces de um sonho


O que dizemos quando nos é dito que fazemos parte de um sonho? Nunca me envolvi em sonhos, sempre objectivos, nunca sonhos.
A palavra sonho demonstra sempre uma distância da realidade para mim, algo entregue completamente aos meus desejos e não à minha lógica.
Seguro-me ao agora, porque apenas o presente me consegue dizer "agora!"
Mas percebi que existe sempre uma ligação em cada um. Tudo começa por um sentimento de conquista, caminhando para o que inicialmente seria impensável ou utópico. Cada passo meu é dado por toda a sua lógica, até perceber que tudo isso se tornou um sonho para mim.
O receio em mim é inevitável. É normal para quem nunca fez parte de um sonho sentir receio de não estar à altura dele. Não se sente receio de algo que não desejamos porque não existe a palavra "perda".
Que posso eu dizer ao teu sonho? Apenas que partilho esse mesmo sonho.
Aliás, reformulo...
Que posso eu dizer ao nosso sonho? Apenas que se tornou um objectivo.
E o receio teve um fim feliz.


Diana W.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

R.I.P



Em homenagem a um dos melhores dançarinos e entertainer dos 80's e 90's.

Diana W.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Areia move-se...


Adormecido na areia da praia molhada
Com seu manto brilhante esticado no horizonte
Tenho sede sem sabor do calor abrasador
Cabeças espalhadas na sua fronteira
Debaixo do sol, o corpo queima,
Sinto a falta de outro corpo,
Não qualquer corpo, o teu.
Transpiro calor por todo meu,
Pequenos fogos postos pela dor.
Minha voz do silêncio não precisa.
A nudez cansada é pérola prateada
Por cima do branco, no meio do nada.


João Carlos

sábado, 13 de junho de 2009

4:20



Podia não achar nada no meio de tanto, podia não ver nada além de um palmo à frente do meu nariz, como também podia não sentir nem viver... mas isso seria como me tirarem a ficha depois de uma luta cansativa contra ás máquinas do tempo. Que seria eu para além de fria e morta, deitada no abismo da minha inconsciência? Seria tudo, porque nesse lugar podemos ser tudo. No chão frio onde me deito nada mais podes ser para além de terra à espera da água fria de um poço. Seria a corrente do vento a soprar Norte a Sul, porque apenas seria o vertical de um dia, jamais estaria adormecida.

Podia até querer a imperfeição de um só gesto, imperfeição torna-o único no meio de tantos gestos vagos e submissos. O cinza que escurece os dias de Inverno profundo no meio do frio, no meio da rua. Quem me leva a casa e me deita e me delicia e me torna numa almofada de repouso para uma única noite de descanso profundo. Maça não proibida, de ti, tiro uma única dentada. Não desejo mais, não desejo menos.

O gelo escondido torna-se tão espesso em alturas de loucura, apenas derrete o que tanto se escondeu, o que tanto se guardou. Os segredos. Todos os temos, não interessa negar, apenas se tornará em mentira. Debaixo da cama apenas o pó do cimento em que tentei furar o chão para nele me esconder. Mentira. Prefiro sair e apanhar a chuva no meu peito aberto, na minha pele pura, nos meus lábios sedosos. Sentir as gotas no cabelo a caírem até às minhas costas, com arrepios da pura das verdades em viver molhada. Indiferença do fumo em chaminés velhas e inclinadas, do cheiro a terra molhada e do barulho de um relógio a falar, que será da ponta de tudo nesta mera vivência de um destino traçado.

Podia ser tudo, podia ser nada... Até mesmo isto se tornar em palavras de nada.


Diana W.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Apenas o relógio fica


Disse-te que iria sentir tudo como da primeira vez, e assim foi. Quantas noites perdidas em imagens desfocadas nos tentamos deliciar mas sem ficarmos completamente saciados. É uma fome e uma sede em que não dá para beber nem comer, apenas admirar de bem longe o que mais de belo entregámos. Apenas uns degraus me levariam ao céu do inferno onde me consumo e evaporo para navegar em águas desconhecidas, onde gostava por uma vez que fosse mergulhar e não voltar.
Sei que o relógio não pára apesar de já ter pedido vezes sem conta. Queria que ele parasse no primeiro minuto em que te sinto e apenas voltar aos segundos para a vida quando conseguisse te largar para o mundo. Não consigo não estar nervosa. Quando se suspira tanto como já suspirei, como tu já suspiraste, torno-me no ser mais incrédulo quando meus suspiros são escritos no livro grande da minha vida. Eu sou as palavras de um escritor, ele apenas conta o que sou.
Perdemo-nos em nós mesmos. Eu perco-me em ti e em toda a leveza dos corpos agarrados.
Passo a minha mão por tudo que tanto ansiei e por noites a fio desejei. Contigo, consigo alcançar o incurável para mim, o vermelho do sangue em cada pulsação e em cada grito por tudo que me devora por dentro. Fazes-me arrancar os últimos pedaços de um corpo cansado e faminto. Tornámo-nos no que sempre desejámos e que nunca nos foi dado, escrevemos com nossos dedos a nossa história no corpo um do outro, e apenas o relógio fica. Somos a razão e o sonho incorporado na carne que nos resta.
Contudo, olho para um livro com tanto para preencher, em que me dá tanta vontade de escrever nele. É o único livro que quero escrever... O restante, apenas rascunhos.
Somos pássaros sonhadores, em que apenas a mudança do vento nos soprou para direcções opostas ao mar. Nada mais do que isso. Não deixámos de ser pássaros, não deixámos de ser sonhadores. Ainda assim, olho para o relógio e relembro. Deste-me uma nova forma de ver as horas passar.


Diana W.

domingo, 7 de junho de 2009

Brainstorm



O tempo... que dizer sobre o tempo? Tempo é tempo. Tempo é passado. Tempo é passagem. Tempo é tudo. tudo que veio, tudo que é e tudo que vai ser.
Tempo. Chama o tempo. Tempo é tempo.
Tempo é relógio. Tempo é pessoas. Tempo é chuva, sol e vento. Tempo é destruição.
Tempo foi. Tempo vem. Tempo vai.
Tempo. Tempo. Tempo. Tempo. Chama pelo tempo. Tempo.
Não sei mais que dizer sobre o tempo.
Tempo traz futuro. Tempo é escrito. Tempo é marcado. Tempo é recordado. Tempo será lembrado. Tempo... falamos do tempo.
Tempo de escrever, tempo de ser criativo. Tempo de dizer alguma coisa. Tempo para ser alguém. Tempo para chamar. Tempo para gritar.
Tempo para recordar. O tempo. Que será do tempo? Que será do tempo? Como ficará o tempo? Durará muito tempo? Tudo será, tudo virá... até mesmo o tempo.
Tempo para fazer. Tempo para ser. Será que durará? Tempo é nada. Tudo ficará em nada. Tudo é nada. Tudo ficará em nada, até mesmo o tempo.
Nada ficará. Nada dura. Apenas o tempo perdura.
O tempo. O tempo. O tempo.
Apenas resta o papel, a caneta e eu. Nada me consegue tirar o tempo. O tempo é tudo.
O tempo é tudo e nada é.


João Carlos

sábado, 16 de maio de 2009

Cada dia como único




Só por hoje, não me irrito.

Só por hoje, não me preocupo.

Só por hoje, sou grato.

Só por hoje, trabalho arduamente.

Só por hoje, sou bondoso.

João Carlos

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Como vim aqui parar?


Duvidar de mim mesma, tudo começou assim com uma simples dúvida. Noites passadas em branco por sonhar acordada. O medo de fechar os olhos e acordar era grande demais, e por isso deitei-me noite após noite num silêncio branco.
Sentir que algo tão errado poderá estar tão certo em mim, assusta-me. Assusta-me as circunstâncias e as cicatrizes do tempo, sinto que neste momento tenho o corpo todo marcado. Marcas invisíveis como costumo dizer para mim mesma, e se me perguntares se são muitas, não te conseguirei responder. O medo de saber o número exacto assusta-me, faz de mim alguém já demasiado marcada em tão pouco tempo. Por cobardice, simplesmente finjo que não as vejo. Acordo todos os dias a pensar que não pensarei, mas serei assim tão inocente para pensar que consigo fugir? Olham para mim e dizem, és uma guerreira. Eu olho de volta e penso, não passo de um conto de fadas.
Arriscar sem ter chão onde cair é apenas um salto para o desconhecido. Ficar parada por ter medo de saltar não faz parte de mim. E como tal, já caí tal como tu.
Ainda agora a contar a história, não consigo evitar um sorriso tão esperançoso traçado no meu rosto. Sinto como se tivesse a quilómetros de mim, demasiado longe para meu próprio bem.
E agora, mais uma noite em branco a sonhar... malditos vícios que me controlam a vida.
Como vim eu aqui parar? Como não me reconheci quando vi meu próprio rosto numa noite fria junto ao rio? Corpo cansado, corpo abandonado...
Enquanto escrevo, mergulho tanto em mim que esqueço o que me perturba. Entro no estado que gosto de chamar "Ego-Me". Escrevo por amor, mas a escrita também é minha escrava. Refugiu-me em palavras que tenho medo de dizer. Cito frases antigas de grandes poetas para conseguir sonhar tão alto quanto eles. Narro um história vulgar como a minha por entre linhas. Crio uma vida, descrevo um pormenor, pinto amantes...
E no meio do saber não sei o que faço eu aqui. Não quero acordar todos os dias perdida entre ruas e cafés. Enquanto escolho o meu destino, passo mais uma noite em branco a narrar por entre linhas.
Preciso de preencher o vazio de um papel branco e as ruas desertas. Sou o pedaço de papel voador em dias ventosos, sou um conto de fadas ao olho comum.
Diana W.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Balada ao Douro



Choro por quem me ama...

*Semper per omnia tempora, Salve Literae praxis laudat*

Diana W.

sábado, 25 de abril de 2009

E depois do Adeus


Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.
...
Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder
...
Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci
...
E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
...
Minha dor que aprendi
De novo vieste em flor
Te desfolhei...
E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós
...
João Carlos

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Happy Birthday



Sempre que ouço, lembro-me de um percurso que apenas ainda agora começou, junto a ti.

Diana W.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Quem me leva os meus Fantasmas



Minha voz de profeta, ou será anjo da guarda?
Diana W.

terça-feira, 21 de abril de 2009

A Linha da Vida


Um vez perguntaram-me: "Não tens medo de nada?"
Na altura confesso que nada me ocorria, não consegui responder a uma pergunta tão simples.
Enquanto ouvia uma voz que me acompanhou em momentos mais difíceis, sem pensar na pergunta feita a uns tempos atrás, encontrei o meu maior medo.
Uma imagem já esquecida voltou para mim, esquecida porque assim o fiz por esquecer. Quando a recordo, lembro-me do pior dos animais de joelhos sozinho, banhado em lágrimas no escuro, sem encontrar o "exit" de onde se encontrava. O meu maior medo...
Os meus fantasmas rasgaram-me o peito, o meu maior medo surge para me sufocar. O meu medo...


Ontem já te consegui responder: "O que tenho mais medo neste mundo, é de mim mesmo. Tenho medo do que sou capaz, tenho medo dos meus pensamentos e actos. Eu mesmo. O vento irá sempre soprar, as marés irão sempre bater nas rochas, alguém nascerá enquanto alguém morre. Mas ninguém me fez tão mal como eu a mim mesmo. Sou a minha maior força e o meu pior inimigo. Tenho medo de mim."


"Assuntos mal acabados. Os nossos maiores medos são quem nos perseguem. Quanto mais vês como um problema, mais ele se torna (...) Mas mesmo quando estás cheio deles, não deixas de falar deles com um sorriso. Tu sabes que essa dor é apenas passageira e que vais conseguir resolve-la. Alguém que é forte pode agir tanto para o bem como para o mal (...) Não fujas da tua linha e continua a caminhá-la como caminhas-te até agora"




João Carlos

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Had A Bad Day


Where is the moment we needed the most
You kick up the leaves and the magic is lost
You tell me your blue skies fade to grey
You tell me your passion's gone away
And I don't need no carryin' on

You stand in the line just to hit a new low
You're faking a smile with the coffee to go
You tell me your life's been way off line
You're falling to pieces everytime
And I don't need no carryin' on

Because you had a bad day
You're taking one down
You sing a sad song just to turn it around
You say you don't know
You tell me don't lie
You work at a smile and you go for a ride
You had a bad day
The camera don't lie
You're coming back down and you really don't mind
You had a bad day
You had a bad day

Well, you need a blue sky holiday
The point is they laugh at what you say
And I don't need no carryin' on
You had a bad day
You're taking one down
You sing a sad song just to turn it around
You say you don't know
You tell me don't lie
You work at a smile and you go for a ride
You had a bad day
The camera don't lie
You're coming back down and you really don't mind
You had a bad day
Sometimes the system goes on the blink
And the whole thing turns out wrong
You might not make it back and you know
That you could be well oh that strong
And I'm not wrong (ahhh...)

So where is the passion when you need it the most
Oh, you and I
You kick up the leaves and the magic is lost

'Cause you had a bad day
You're taking one down
You sing a sad song just to turn it around
You say you don't know
You tell me don't lie
You work at a smile and you go for a ride
You had a bad day
You've seen what you like
And how does it feel for one more time
You had a bad day
You had a bad day
João Carlos

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Uma Madrugada


São 3:04 de uma manhã fria e barulhenta. Barulhenta, pois ouço o mundo a mexer lá fora. No meio das minhas insónias e ansiedades, debruço-me sobre um aquecedor, onde me tento deliciar com um pouco de calor. Sentada assim fico, preciso de um pouco de conforto sozinha e sentada nesta sala. Ouço apenas o barulho dos ponteiros de um relógio e aquelas vozes que falam de tudo que sinto neste momento. Este "silêncio" perturba-me, ainda consigo ouvir meus pensamentos nesta sala de confissões.

Olho para o relógio, aquele maldito que dita os meus dias, aquele que não anda mais rápido quando rezo, nem mais lento quando peço. Como me encontro nestas horas? Que número seria eu no meio dos dias?
Olho para os traços na parede, como são falsos e sem sentido. Já nada faz sentido nesta sala, apenas aquele relógio. Como tem ele me perseguido com o barulho que faz, com as memórias que me traz.

3:48 e perdi-me nas tuas palavras. Como adoro me deitar a supôr realidades longínquas. Sonhar é o que me dá vontade de querer viver essas tuas palavras. Preciso deles para acreditar. Não desejo que ele passe a correr porque quanto mais rápido estiver cá, mais rápido deixará de estar, mais rápido te deixarei.

Não! Que demore o seu tempo, mas que demore da mesma forma a tirar o que mais quero. Neste momento, não faço mais nada a não ser contar o tempo. Contar o tempo até me deixar mergulhar no que começa a ficar esquecido. Sei que quando assim acontecer, estarei serena, estarei calma, conseguirei as minhas noites de descanso. Quando assim for, abrirei a janela e gritarei ao mundo o porquê de gritar.


Tanto demorou, que chegou e como acabou dessa forma foi como começou de novo...



Diana W.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Há quanto tempo não via isto















Apenas porque gosto de recordar o que já tantas horas me entreteve...
Diana W.

sábado, 11 de abril de 2009

Um Verso Vem

Um verso vem. Calculo o peso da neblina
que envolve o seu teor, o preso ritmo
da esfera em movimento: cerro o olhar na alma tensa
que ao longo do percurso mais ensina. O verso
vem por si em si da imagem que vier
no imaginar do corpo em sua ascese leve, peso
de uma estrutura fina ao seu redor.

Um verso vem. O olhar na alma mais se inclina.

Luís Adriano Carlos


João Carlos

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Hollow Lifes


We come to this place, falling through time
living a hollow life
Always we're taking, waiting for signs,
hollow lives...
We fall in space, we can't look down
Death may come, peace I have found
Is there ever any wonder why
we look to the sky?
Search in vain, asking "why?"
All alone, where is God?
Looking down... We don’t know


João Carlos

terça-feira, 7 de abril de 2009

Máquina do Tempo


Sou uma máquina do tempo
Falta uma parte de mim, a chave
A chave que faz tudo rodar
Aquilo que torna o inútil
Em algo funcional.
Perdida sem chave
Sou algo inútil neste momento
Porque apenas estou sem chave.
Máquina parada, é o que sou.
Dei a minha chave
A alguém que me põe a funcionar
Faz-me suplicar por ela
Levas-me ao desespero!
Que outra razão teria eu?
De dar a minha existência...?
Fazes-me desejar a descoberta
De algo ainda por descobrir
Faz-me fechar os olhos
E desejar que já a tenho
Como é possível estar bem,
Estar em pleno,
E estar incompleta?
Dei a minha chave
Roda-a simplesmente
Quando estiveres por perto.


Diana W.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Nitroglicerina

um queixume febril enrola-se-me no corpo
como tiros de um vento alucinado, são 25
horas da tarde em cada nitrato de poema,
queixume subterrâneo de fictícios braços.

projecta-se o recorte laminar nos porões barrocos
da tua mão que escreve com monstruosos lápis
de falésias sobre o mar na velha fotografia.

jantaremos velas românticas a meio do restaurante.
sonharemos galeras de sal e sangue no tempero da
refeição.

inventaremos um vendaval secreto por debaixo da
mesa.
pelas veias as velas e as selvas rasgam profundos
vales:
adorei passear com as tuas janelas verdes. amo-te.
amo-te por cima das janelas verdes. lanço
beijos trovadorescos aos teus seios marítimos
até ao coração. o poema é por momentos
o nosso cardiograma.

adeus. prometo escrever-te com regularidade
antes do regresso heróico das galés portuguesas
às praias desertas da tua excitação sexual.

levo colunas de sonhos vermelhos, aluviões
de sangue que nos dedos apenas tremem como lagos.
holofotes de molière sobre o meu dia adiado
enquanto o sangue escorre das areias para o pulmão.

adeus, deixo-te a minha partida por fim todas as
manhãs
à hora do noticiário good bye my sweet friend
I´ll write you again sentado nos rochedos
de um epitáfio celeste. adeus.

Luís Adriano Carlos


João Carlos

sexta-feira, 3 de abril de 2009

E se cada "Bom Dia" fosse único?

"Bongiorno Principessa!"
...

"Good morning
It's great to stay up late,
Good morning, Good morning to you."
...

"Good morning Vietnam"
...
João Carlos

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Estrelas pintadas


Quantas vezes já me sentei neste parapeito perdido à semana e olho para cima. Quantas vezes não me sentei nele quando devia. Sem querer, o céu acaba por ser meu testemunho, onde me perco, tendo aquele tempinho tão desejado que já há muito não o reconheço. Será que o céu será o mesmo que o meu neste tempo? Duvido... Cada um tem o seu espaço nesse céu mas não consigo deixar de desejar que preferia ver o teu.
Torna-se tão frio este parapeito, sinto-o bem frio mas isso não me impede de aqui estar, é onde me mergulho num mar de chá. Ao fundo ouço vozes e letras que me tornam mais quente cantando com elas, tornam a minha dor mais leve e mais intensa ao mesmo tempo porque em tempos cantamos juntos e agora apenas me ouço a mim. Não são as mesmas músicas para mim. Apesar disso canto. Costumam dizer que "Quem canta seus males espanta" mas, consegui perceber que isso não funciona assim, meus males continuam cá e até quando me deito em sonhos. Espero não dormir sozinho.

Debaixo dos lençóis há apenas UM corpo quente. Ao pé da cama apenas a cadeira, nada mais. A casa, deserta. As paredes contam as minhas histórias em que era um menino perdido e sorridente. Metamorfoses de um bicho no meio de tantos... Mas esta casa deserta apesar d parecer, não o é. Um corpo encosta-se nas paredes e assim permanece frio.

Quando ouço essa voz, algo em mim se cria: uma paz. Deitarei sempre em teu colo e suspirarei sempre de alivio. Talvez irei rir sem conseguir parar, talvez contarei histórias, em confusão de ideias, falaremos do que vemos, e talvez em momentos únicos lágrimas deslizaram por mim mas, nunca deixarei em teu colo ser eu. Tudo isso faz parte de um todo, tudo isso faz parte de um eu.

Debaixo do tecto pintado com brilho, aquele ali é o meu bocadinho de espaço, qual é o teu? Não o quero ter para mim, apenas quero desejar que quando não me vês, que olharás para o mesmo sitio que olho e sonharás. Apenas isto nos une, o céu e a ponte que criamos. Gritarei sempre do meu lado o mais alto que puder para que me ouças e que estarei sempre sentado na outra ponta à espera, nem que chuva em mim caia e que relâmpagos me atinjam. Se tiver que percorrer essa ponte para te segurar, espera-me porque estarei aí em um dia.
Fecharei agora a janela e sairei do parapeito mas amanha voltarei a abri-la e perguntarei novamente: Debaixo do tecto pintado com brilho, aquele é o meu bocadinho de espaço, qual é o teu?


João Carlos

terça-feira, 31 de março de 2009

Photograph


Im outa luck, outa love
Gotta photograph, picture of
Passion killer, you're too much
You're the only one I wanna touch
I see your face every time I dream
On every page, every magazine
So wild and free so far from me
You're all I want, my fantasy
(...)

You got some kinda hold on me
You're all wrapped up in mystery
So wild so free and far from me
You're all I want, my fantasy

Oh, look what you've done to this rock n' roll clown
Oh oh, look what you've done
I gotta have you

Photograph - I don't want your
Photograph - I don't need your
Photograph - all I've got is a photograph
(...)
Def Leppard


Diana W.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Ninguém nos Vê


Abro os olhos como um despertar de mim mesmo. Era o que isso era, um acordar. Todas as memórias até aquele momento estão como se tivesse sido apagadas por mim. Não sei bem onde me encontro, é como se tivesse perdido os sentidos até esse mesmo momento.
O único pormenor que consigo ver ali é a multidão apressada à minha volta, ninguém repara que estou perdido em mim mesmo. Ninguém me vê, estou só.
Começo a querer ver mais para além de multidões. Olho à minha volta e tudo me parece tão grande e vazio, até que começo a perceber o meu acordar, o porquê de estar adormecido.
Aos poucos sei o que ali faço. Estou à espera. Estou à espera de quem ainda sinto com tristeza.
Estarei no sítio correcto? Será que já passou e nem me viu devido ao meu adormecer? Pior! Será que quem não viu fui eu? Começo a ficar desesperado, completamente desesperado. Toda uma espera começa a perder todo o sentido em mim.
A preparar-me para a maior tristeza da minha vida, como se algo em mim tivesse morrido, sinto a aproximar-se.
Não consegui fazer mais do que correr para seus braços e abraço com toda a força que existe dentro de mim, apenas para sentir que nada aconteceu, que pesadelos eram mentira, que nunca mais vou largar.
Ficamos ali. Já não estou perdido. A multidão à minha volta, ninguém repara em nós, estamos perdidos em nós mesmos. Ninguém nos vê, estamos sós.


Apesar do tempo perdido,
Apesar do tempo esquecido,
Eu ainda não esqueci,
Apenas tentei esquecer.

Estás em mim e vives de mim.
Para sempre.
(M.Y.D)

João Carlos

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Para "Sempre" e até "Nunca"



Chegamos, sentam-se e ouço.
Sinto as vozes que me rodeiam
Atirar palavras sem sentido.
Tudo que dizem não passam de palavras
Espalhadas no meu ar fino.

Que certezas tenho eu no meu sentido?
Quantas vezes já questionei,
Quantas vezes já preguei,
Quantas vezes já choquei,
Para realmente perceber
Que nada é tão inútil como um "Nunca!"
Que nada é tão fútil como um "Sempre!"

Que certezas tenho eu na minha razão?
Quantas vezes me ceguei com ela,
Me arranhei e arrastei por ela
Quando apenas precisava de ouvir,
Perceber o outro lado dela.
Torna-se tão fraco quanto eu.
A vida não tem só um caminho,
O destino não tem só um desvio,
Tal como as certezas de uma certeza.

Aceitamos de olhos abertos
O beijo de circunstâncias,
Sem questionar, sem duvidar.
Isso será para alguns,
Mas "Nunca!" para mim.
Prefiro me perder em mim
Nesses caminhos em pó.
Quero pensar e duvidar
Duvidar do induvidável,
Isso "Nunca!" será para alguns,
Mas será para mim "Sempre!"


João Carlos

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Hanging by a Moment


Desperate for changing
Starving for truth
I'm closer to where I started
Chasing after you

I'm falling even more in love with you
Letting go of all I've held onto
I'm standing here until you make me move
I'm hanging by a moment here with you

Forgetting all I'm lacking
Completely incomplete
I'll take your invitation
You take all of me now...

I'm falling even more in love with you
Letting go of all I've held onto
I'm standing here until you make me move
I'm hanging by a moment here with you
I'm living for the only thing I know
I'm running and not quite sure where to go
And I don't know what I'm diving into
Just hanging by a moment here with you

There's nothing else to lose
There's nothing else to find
There's nothing in the world
That can change my mind
There is nothing else


Diana W.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Frases Perdidas


Somos sufocados pela nossa própria existência
E sem dar conta , algo nos falta
Falta o que amar
Falta o que sentir
Porque nos perdemos no que devemos,
Quando afinal o que é dever?
Se tudo o que fazemos é errado...

Nada é errado num destino
Criação predestinada de uma acção
Sermões sem seguidores
Orações sem corações
Falta apenas um começo,
Um devorar de emoções
Um fechar de olhos,
Um abrir das mãos.

Do futuro que nos espera
Para nos devorar mais uma vez
Sem saber os porquês
Sem dizer os quês
Do que nos faz sofrer
nos faz doer
nos faz dizer...

Bem alto o que nos consome
Dá-me coragem, devolve-me
O meu mais pequeno desejo.
Para pegar numa frase e criar
Mais um final feliz..

E que mais se pode criar depois de um final feliz?


Insignis
(com participação de João Carlos)

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Gotan Project - Tango

"Shall We Dance?"

(Do you want to be my Valentine?)

Diana W.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

6ªf dia 13


Num sítio indeterminado, no meio de pessoas indeterminadas, ouço murmurinhos de medo por entre as paredes. Alguns comentam o azar que geralmente assombra este dia, sexta feira dia 13. Será que apenas um número consegue influenciar uma vida, condicionar um pensamento ou um acto?
Existem sextas feiras todas as semanas, ninguém parece ter medo delas, até pelo contrário, representa para a maioria o aproximar do descanso merecido depois de uma semana levada à exaustão. Existem dias 13 em todos os meses do ano, também não consigo ver o medo a assombrá-las nesses dias. Então o porquê do medo de um número par com um número ímpar?
(13+6 = 19 / 13:6 = 2,1666... / 1+3+6= 10 / 13x6= 78) Pensamentos indeterminados...
Mas no entanto, consigo ver pessoas penduradas de escadas, pessoas a atravessar nos sítios mais invulgares, onde por apenas por sorte conseguem chegar à outra margem. Não será antes um dia de sorte para essas pessoas?
Superstições, ideais, crenças. Os murmurinhos de vozes perdidas sem saber que dizer sobre. Apenas murmúrios. Pergunto-me, deveria ter medo? Deveria olhar para os lados com atenção quando saiu do meu refúgio?
Could this be the End of what we all know?
(don't think so...)


Diana W.

A rua em frente


"Ouve, lânguida virgem das cidades, A paixão que me inspiraste.
Curvada, como a flor em vaso d'ouro, Tu, bela, me encantaste."

Júlio Dinis

"Segredos desta cidade, levo comigo p'ra vida"


João Carlos

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Quatro Paredes


O alarme soou! A música começou...

Lentamente, vejo-me a despertar
De algo que apenas à pouco entrei.
Sem perceber muito bem onde
Ou como me encontro, duvido.
Duvido até de um simples despertar
Do dia ou de um abrir de olhos.
O silêncio de uma noite passada ao frio
Faz-me desejar mais do que nunca.

Vagueio deitado num passado sem sabor,
Este mar sem sal amaldiçoado,
Já nem reconheço o meu próprio sabor.
Obrigo-me a renascer.
Esperam-me. Levanto-me.
E nesse momento, tento perceber
O porquê de quatro paredes a sufocarem-me.

Sento-me novamente.
Sozinho no meio deste quarto perdido
O vazio de uma manhã. Nada me rodeia,
Apenas meus pensamentos me devoram.
Tento perceber cada linha,
Aquela sim, foi a porta por onde passei
Estas sim, são as paredes que me vêem
Isto sim, é loucura.
Demência entranhada debaixo da carne
Nua, Crua, Pálida.
Um despertar sufocante.

No meio desta cratera do meu ser
Falo com as que me vêem
Falo com as que me ouvem noites seguidas
Minhas melhores ouvintes da vida.
Como um romper da minha pele, grito.
Grito para dar vida ao que já nada tem.
Choro pelo desespero da alma
Morro nas minhas lágrimas do fim.

Estas paredes não são o meu sufoco.
São os desvios dos nossos caminhos
A maldição dos nossos destinos,
O esventrar do meu coração e
A revolta de um mar a separar
O que a ponte que construímos une.
Nestas paredes escrevo histórias
A estas paredes contarei a nossa.


João Carlos

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Estou de novo a sentir a tua falta
A dor de não estar contigo
Porque penso assim ainda?
Não é isso que quero para mim…
Quero algo novo, algo feliz

Sei que a tua vida não passa por mim
Apesar de querer que a minha passa-se por ti
Não consigo deixar de me sentir vazia sem ti
Mas ao mesmo tempo, tudo é ridículo
Porque no fundo tu nunca fizeste parte dela

Não sei o que devia exactamente pensar
Para me livrar de isto tudo…
Apenas reconheço o mal
Mas fazendo o que melhor sei
Que é não pensar…

Sei que sinto a tua falta
A vontade de te abraçar
De te ter perto de mim
Eu vou conseguir!
Isto não passa de estupidez
Tu fazes parte sem quereres ou saberes
Porque nem te lembras de mim
Porque eu não sou nada
Para quem é tudo para mim…

Insignis
Sê o que não pensas





Ele escreve o que quer ser
E esquecesse de o fazer
Que interessa querer fazer se depois…
Nada faz?
Nada….

Mesmo assim...
...continuo a ser o fruto proibido.
Que continuas sem ter
Porque continuas sem o fazer

Quero que me faças tudo que pensas
Que me devores sem pensar em fazê-lo

Passado é a consequência do nosso futuro.

Que deixe de o ser.



'reflexo'

sábado, 7 de fevereiro de 2009

A Estação


Sento-me mais uma vez e espero. Espero pelo meu banco a caminho da terra. Todas as pessoas à minha volta esperam pelo mesmo enquanto isso, escrevo. Escrevo porque ajuda-me a pensar, ajuda-me a passar. Imaginar pessoas, imaginar destinos, o que nos move perante o tempo.
Está atrasado. Já cá devia estar.
Pessoas determinadas, claramente já tem destino marcado; algumas perdidas "Menina, este é o caminho para...?" Eu, uma mera desconhecida nesta terra, ou pelo menos achava-me assim, pois consigo ter sempre uma resposta para dar; outros simplesmente olham para o mapa, a pensar onde estariam.
Já chegou. Já tenho banco.
A minha música é sempre o meu melhor aliado na viagem.
As diferentes pessoas, algumas com ar pensativo, que estarão a pensar?; outros sorriem, nota-se que se lembram de algo do seu dia muito provavelmente; e outros apenas esperam. Um mundo de pessoas e rostos, é apenas o que vejo. Embora consiga centrar a minha atenção em algo tão doce como uma criança. Deixa-me a sorrir, o que me torna uma desconhecida de mim mesma. O modo tão tranquilo e sereno que ele aparenta ter, como deve ser lindo olhar para o mundo pela primeira vez.
Este caminho já o fiz várias vezes, mas não deixa de ser lindo ver o milho cortado, quando o vi crescer, do mesmo modo começo a ver flores a quererem sair, quando as vi nuas e desnutridas. Até a lua já aparece apesar do sol ainda estar altivo. Um final de tarde, o inicio de uma noite desperta.
Começa a não haver lugares disponíveis. Esta terra deve ser muito concorrida, todos caminhamos para o mesmo destino.
Adoro viajar sozinha. É talvez dos raros momentos em que me encontro sozinha comigo mesma. Ajuda-me a pensar, incentiva-me a escrever, mantenho a minha música, os meus refúgios são estes. Neste banco já fui a mais feliz, neste banco já fui a mais triste, mas uma coisa se manteve, neste banco penso. Talvez a estação e este banco sejam o meu confessionário, e as minhas palavras os meus juízes. Estou aqui mas em lado nenhum.
Já estou a meio do meu percurso. O sol já não se encontra altivo mas a lua marca cada vez mais a sua posição como representante de uma longa noite fria.
Já não há mais lugares disponíveis. Todos temos alguma coisa que nos espera no destino. O meu será as saudades de uma brisa fresca, as saudades de ouvir um relógio que entoa por todo o percurso de um rio...
A música ajuda-me a sentir-me mais próxima de quem não toco, sem dúvida que me fazem sorrir. Se a a minha forma de conseguir sorrir é ouvir, ver e recordar, assim o farei.
Começo a sentir o que me espera no destino. Passar por cima deste rio e ver a mais bela imagem de um pedaço de mim, onde as nuvens e o sol apenas melhoram as memórias.
Cheguei.


Diana W.

Teorias e desvaneios a 6 Fevereiro

A profundidade de uma conversa vulgar de uma determinada casa:


Me - "A vida é um caminho. A vida é um corredor. Porque na vida temos inúmeras portas e entramos em cada quarto e vivemos o que temos a viver. O que acontece? Conhecemos pessoas, situações, criamos laços e avançamos. A nossa vida é um corredor sem fim e nunca sabemos qual será a última porta."

JJ - "A última porta é a do caixão"

Me - "Nós somos redondos. O mundo é redondo. O tempo está sempre a rodar, começa em Janeiro e acaba sempre em Dezembro e voltamos a Janeiro. Roda constante."

JJ - "O mundo o ano passado andou mais devagar! Na passagem de ano contou-se: 10..9..8..7..6..5..4..3..2..1..1..e 0"

Me - "A nossa cabeça é redonda por alguma razão. Porquê que o número 0 é redondo?"

JJ - "Porque não é nada"

Me - "Já a palavra nada, é nada em si. Já simbolicamente nada."

JJ - "Um ovo é redondo."

Me - "O ovo vem da galinha e a galinha vem de onde?"

JJ - "Do nada"

Me - "O interior do zero nunca tem acesso ao exterior, é fechado e nunca tem vê o interior dele"

JJ - "Eu acredito na (re)encarnação. Eu na outra vida fui um cão. Parar é morrer, circular é viver"

Me - "Tudo tem uma causa e uma consequência. A nossa consequência vem da nossa causa."

You are thinking... Will they ever Stop?
Answer: Never!


João Carlos

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

I think I'm Paranoid

Bend me, break me
Anyway you need me
All I want is you
Bend me, break me
Breaking down is easy
All I want is you

I fall down just to give you a thrill
Prop me up with another pill
If I should fail, if I should fold
I nailed my faith to the sticking pole

Steal me, deal me, anyway you heal me
Maim me, tame me, you can never change me
Love me, like me, come ahead and fight me
Please me, tease me, go ahead and leave me

Bend me Break me
Anyway you need me
As long as I want you baby it's all right

When Body Meets Soul... I'm all Yours*


Diana W.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Nada


Embebedo-me em pensamentos
Cigarro atrás de palavra
Imagino o mundo,
Imagino pessoas
E até sentimentos.
Sou um pouco de elas todas
E no entanto,
Não sou nenhum.
Sou um egocêntrico anti-egocêntricos.
Sobrevivo do mundo
São a minha água
Os meus pensamentos
Perco-me em pessoas e histórias
Mas que tenho eu a contar da minha?
Não muito, apenas a minha.
Mais uma entre muitas.

Um poeta sem voz
Com alma e sem vida
Incapaz. Sem sossego.
As palavras são a minha prisão
Minha eterna prisão de sentimentos
Tento, mas incapaz.
Sou uma máquina do Homem
Criado sei que fui,
Do coração do Homem.
Embebedo-me em pensamentos
Palavra atrás de palavra
Crio histórias,
As minhas histórias
Um eterno poeta
Sobrevivo das minhas palavras
E vivo por Amor a elas.


João Carlos

sábado, 31 de janeiro de 2009

?

"How can I create a Leap of Faith if there's no floor at the other end?"

João Carlos

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Thank You



Trago comigo esse toque
Trago comigo a música
Comigo a Saudade

Pego na minha melhor amiga
Em mim mesma
E sentada o faço, recordo.
Com peso o faço, admito.
Admito porque contigo posso,
Admito com prazer. Único.

Sabes...? Eu estou a chorar.
Julgava que já não existisse em mim
Com as lágrimas,
Vejo o mais lindo nascer do sol.
Lembras-te daquele pôr-de-sol?
Nascer, morrer e voltar a renascer.
Vejo em tudo, até em mim vejo
Uma promessa.
Assim te disse ao ouvido:
"Voltarei!"

Deste-me um choro.
Deste-me um sorriso.
Esta vontade de ser eu.
Tudo me deste:
Uma mão, um ombro, uma razão, um sim!
Existo não como causa,
Existo ante ti.

Thank You
"I gave you my Heart. I carry you in my Heart."


Diana W.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

My Way



And now, the end is near
And so I face the final curtain.
My friend, Ill say it clear,
Ill state my case, of which Im certain.
Ive lived a life thats full.
Ive traveled each and every highway
And more, much more than this,
I did it my way.

Regrets, Ive had a few
But then again, too few to mention.
I did what I had to do
And saw it through without exemption.
I planned each charted course
Each careful step along the byway,
But more, much more than this,
I did it my way.

Yes, there were times, Im sure you knew
When I bit off more than I could chew.
But through it all, when there was doubt,
I ate it up and spit it out.
I faced it all and I stood tall
And did it my way.

Ive loved, Ive laughed and cried.
Ive had my fill; my share of losing.
And now, as tears subside,
I find it all so amusing.
To think I did all that
And may I say - not in a shy way,
No, oh no not me,
I did it my way.

For what is a man, what has he got?
If not himself, then he has naught.
To say the things he truly feels
And not the words of one who kneels.
The record shows I took the blows -And did it my way!

Frank Sinatra

João Carlos

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Keane

I walked across, an empty land
I knew the pathway like the back of my hand
I felt the earth, beneath my feet
Sat by the river and it made me complete
Oh, simple thing, where have you gone?
I'm getting old and I need something to rely on
So tell me when, you're gonna let me in
I'm getting tired and I need somewhere to begin.

I came across, a fallen elm tree,
I felt the branches; are they looking at me?
Is this the place, we used to love?
Is this the place that I've been dreaming of?

Oh, simple thing, where have you gone?
I'm getting old and I need something to rely on
So tell me when, you're gonna let me in
I'm getting tired and I need somewhere to begin
So if you have a minute why don't we go
Talk about it somewhere only we know?
This could be the end of everything
So why don't we go, somewhere only we know
Somewhere only we know.

Oh, simple thing, where have you gone?
I'm getting old and I need something to rely on
So, tell me when you gonna let me in
I'm getting tired and I need somewhere to begin
So if you have a minute why don't we go
Talk about it somewhere only we know?
This could be the end of everything.
So why don't we go, so why don't we go.

Hmmm yeahh.
This could be the end of everything
So why don't we go, somewhere only we know,
Somewhere only we knowSomewhere only we know.


João Carlos

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Myslovitz - Sound of Solitude




"See, I like the evenings
Like to get hidden for quite some time
And yet, I like against my nature with ostentation
To stay alone, climb to a tree top
And keep looking skyward
No sensation, but I know that right here
For another time
Can't be who I wanna be"
João Carlos

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Caminho




Tenta fechar os olhos.
Tenta fechá-los bem, sem sentir receio de alguma coisa não pretendida acontecer.
Não precisas de ter o coração a explodir, não é isso que quero.
Só quero que entendas.
A vida não foi feita para mim, mas sim eu para ela.
Se não a aceitar, nada faria sentido. Nada me faria querer acordar.
E por isso... nada me faria sorrir.
Eu preciso de ouvir ás vezes, preciso. Não consigo não querer de ouvir.
Tenho de trepar aquela árvore que me foi dada senão, qual seria o sentido?
Qual seria o sentido de a ter e não a fazer crescer?
Não consigo aceitar o conformismo duma vida.
Crescer e existir não são feitos para mim...
São feitos para quem não sonha.
Eu sonho em demasiado,
Talvez.
E porque não?
Apenas quero aquilo que me foi dado.
Só quero que entendas.
Quero ser mais do que sou. Quero ser... Eu - O Poeta.
Descer aquela rua e sentir-me perdido nele,
Sentir que cada pessoa que por ela passa toma conta das suas pisadas.
Onde as minhas também ficaram...
Eu conto as minhas, sempre.
E são essas pisadas que quero para sempre fazer.
Contá-las
Só quero que entendas, serei sempre esse Poeta.
João Carlos


quinta-feira, 1 de janeiro de 2009



Take a Breath and give Life some time...


João Carlos