sábado, 28 de fevereiro de 2009

Ninguém nos Vê


Abro os olhos como um despertar de mim mesmo. Era o que isso era, um acordar. Todas as memórias até aquele momento estão como se tivesse sido apagadas por mim. Não sei bem onde me encontro, é como se tivesse perdido os sentidos até esse mesmo momento.
O único pormenor que consigo ver ali é a multidão apressada à minha volta, ninguém repara que estou perdido em mim mesmo. Ninguém me vê, estou só.
Começo a querer ver mais para além de multidões. Olho à minha volta e tudo me parece tão grande e vazio, até que começo a perceber o meu acordar, o porquê de estar adormecido.
Aos poucos sei o que ali faço. Estou à espera. Estou à espera de quem ainda sinto com tristeza.
Estarei no sítio correcto? Será que já passou e nem me viu devido ao meu adormecer? Pior! Será que quem não viu fui eu? Começo a ficar desesperado, completamente desesperado. Toda uma espera começa a perder todo o sentido em mim.
A preparar-me para a maior tristeza da minha vida, como se algo em mim tivesse morrido, sinto a aproximar-se.
Não consegui fazer mais do que correr para seus braços e abraço com toda a força que existe dentro de mim, apenas para sentir que nada aconteceu, que pesadelos eram mentira, que nunca mais vou largar.
Ficamos ali. Já não estou perdido. A multidão à minha volta, ninguém repara em nós, estamos perdidos em nós mesmos. Ninguém nos vê, estamos sós.


Apesar do tempo perdido,
Apesar do tempo esquecido,
Eu ainda não esqueci,
Apenas tentei esquecer.

Estás em mim e vives de mim.
Para sempre.
(M.Y.D)

João Carlos

1 comentário:

Bruno Neves disse...

Tristemente esperançoso.....

But, once again, very well written my friend.

Keep the dream alive...

BN