sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Ideias Soltas ...


Faz dois anos que tudo aconteceu.
O sentimento que tinha sobre isto mantêm-se inalterado. Serei assim uma pessoa tão rancorosa? Será que este sentimento mantêm-se inalterado porque realmente me desiludiu, ou pelo facto de eu não o querer alterar, sendo isto o meu modo de vingança?
Não quero ser rancoroso, nem vingativo mas não tenho poder sobre meus sentimentos, eles governam-me.
As águas que passam no rio, o que já foi feito, o passado, nada disso mais importa... O único pensamento que me permanece quase diariamente é o medo de uma pergunta, aquela pergunta que de certo me farão no futuro, a que gosto de intitular "a inevitável" : "Como era ele?"
Parei no tempo. Nada de bom me ocorre quando encarada frente-a-frente com "a inevitável". Nada.
Como se responde a tal pergunta? Se alguém me perguntar, que responderei eu? Será realmente assim tão importante dar uma última facada em alguém que já nem existe na minha vida? Interessa matar ainda mais seu nome?
Sou uma pessoa sincera e honesta, por vezes até demais para meu próprio bem.
Neste caso, acho que vou abrir uma excepção. Prefiro guardar para mim este sentimento negro que nutro dia após dia por ele. Não me importa se minha alma apodrece de tão silenciosa se manter. Este amor/ódio que sentia e sinto, faz-me querer fazer esta última acção por ele.
Mesmo depois de nunca mais o ver, consegue manter-se em meus pensamentos, manipulando minhas ideias e, com "a inevitável", vejo-me obrigado a mentir porque nada de bom acontecerá se disser o que minha alma quer contar.

Fizeste-me a pessoa que hoje aparece diante dos olhos do mundo, mesmo que isso tenha sido aprendido por mim da pior das maneiras... Não importa! Fico contente na mesma por ser quem eu sou. Sem ti, eu não existiria.
Se teu papel na minha vida foi me obrigar a sobreviver, orgulha-te! ... porque resultou.
Acho que permanecerás em meu pensamentos para todo o sempre, porque EU SOU TU.


(Morte não é inevitável, morrer é apenas um acidente)

João Carlos

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Magritte - Isto não é um cachimbo



"Isto não é um cachimbo"


João Carlos

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Hope



(...)
And when your fears subside
And shadows still remain
I know that you can love me
When there's no one left to blame
So nevermind the darkness
We still can find a way
'Cause nothing lasts forever
Even cold November rain


Guns n'Roses


João Carlos

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Muse - Take a Bow






Corrupt
You corrupt
And bring corruption to all that you touch

Hold
You'll behold
And beholden for all that you've done

Spell
Cast a spell
Cast a spell on the country you run

And risk
You will risk
You will risk all their lives and their souls

And burn
You will burn
You will burn in hell
Yeah, you'll burn in hell
You'll burn in hell
You'll burn in hell for your sins

Oh, our freedom's consuming itself
What we've become
Is contrary to what we want
Take a bow

Death
You bring death
And destruction to all that you touch
Pay
You must pay
You must pay for your crimes against the earth
Hex
Feed the hex
Feed the hex on the country you love

And beg
You will beg
You will beg for their lives and their souls

Yeah, and burn
You will burn
You will burn in hell
Yeah, you'll burn in hell
You'll burn in hell
Yeah, you'll burn in hell
You'll burn in hell
Yeah you'll burn in hell for your sins



Love this song!
Como não posso pedir pessoalmente aos "gandes" para fazerem um grande favor a toda humanidade e suicidarem-se ... É a minha melhor forma de protesto pacífico.
E será que realmente posso estar aqui a escrever estas coisas? Onde estará a nossa "PIDE"?
Já sabem, se não voltar a escrever aqui neste blog ... fui apanhado!
Somos livres de pensar e dizer o que queremos ... até a um ponto. O "Big Brother" tem de estar de acordo. Dizem que somos livres mas, nao somos. Apenas fazem-nos pensar que somos ... é diferente.


João Carlos

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

The Corrs - Toss the Feathers


( Eu não seria eu, se não deixasse meu sangue falar mais alto, porque já cá faltava um bom arrepio de uma boa música )

João Carlos

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Ideal vs Real?

" O Amor, deverá ser Ideal ou Real ? "
Queria eu amar platonicamente…
Esse amor, esse sentimento tão puro e sublime. Apenas quem o vive, sabe o seu sabor. É impossível compreender alguma coisa sem realmente amar desta forma única. Se pudesse fazer uma equação matemática onde se escrevia o amor, tudo seria mais fácil. Poderia mudar o X e Y, mas teria sempre uma solução.
Amar é, possivelmente, o sentimento mais humano que temos. Outras emoções como o ódio e o ciúme, e até talvez o amor, também se manifestam em alguns animais. Mas o amar é a sublimação das emoções.
Amar é uma espécie de embriaguez da alma, estado este facilmente detectado pelas restantes pessoas em nossa volta. Estar apaixonado é uma mistura de felicidade e de angústia ao mesmo tempo, também uma obsessão, que chega a fazer desaparecer todos os nossos outros pensamentos, mas também é a sublimação das emoções.

“Com efeito, as pessoas a quem me refiro, os amantes, acabam por se arrepender das complacências que manifestaram, logo que hão saciado o seu desejo, enquanto que as outras, as que não amam, jamais têm motivos de que se arrepender.O desejo que, desprovido de razão, atrofia a alma e esmaga o prazer do bem, e se dirige exclusivamente para os desejos próprios da sua natureza, cujo único objectivo é a beleza corporal, quando se lança impudicamente sobre ela, comporta-se de tal maneira que se torna irresistível, e é dessa irresistibilidade, dessa força destemperada, que ele recebe a denominação de Eros, ou de Amor…”

“ (…) vislumbra um rosto divino ou qualquer outro objecto que traga a recordação da Beleza, ou um corpo formoso, esse experimenta primeiramente uma espécie de tremor e, depois, uma certa emoção, semelhante à de outrora. Nessa altura volta o olhar para o objecto belo que assim o despertou, e venera-o, como se de um deus se tratasse. Nestas circunstâncias, não fosse o receio de ser considerado como um mono maníaco, cumularia de homenagens o objecto bem-amado, como se de um deus se tratasse! No momento em que o contempla, é percorrido por um estremecimento febril pois que, uma vez recebida pelos olhos a emanação da beleza, sente-se aconchegado e essa emanação dá a vitalidade à asas da sua alma. Por sua vez, o calor funde os obstáculos que impediam a expansão da vitalidade, aquilo que impedia a germinação, em virtude da sua dureza.”

´
Muitas vezes ficamos com a ideia que estas questões de amor, são tragédia constante. Não há finais felizes. Sempre à espera da morte do amor, mas se têm final feliz ou não, também não me interessa isso. Não quero falar do amor aqui como algo negativo porque, estaria errada. Bem ou mal, mesmo que tenhamos sofrido com tais coisas, temos de agradecer cada dor no coração que nos deram porque, isso fez de nós quem nós somos hoje. Mais fortes. Mais resistentes. Por isso, não condeno quem o faça. Aliás, deixo aqui um agradecimento profundo a quem já me fez sofrer. Obrigado por me ajudarem a ser quem sou hoje.
Obrigado!
Aquele que nunca amou, nunca viveu.
Quem nunca amou, mais do que quem amou e se desiludiu, como que fica com a alma “seca”, o que o rosto e os olhos traduzem quase sempre.
Eu posso orgulhosamente dizer ... que por amar, vivi.



João Carlos

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

( ... ? )



" O que faz de uma mensagem verbal uma obra de arte? "


João Carlos

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Ricardo Reis - Jogadores de Xadrez



Ouvi contar que outrora, quando a Pérsia
Tinha não sei qual guerra,
Quando a invasão ardia na Cidade
E as mulheres gritavam,
Dois jogadores de xadrez jogavam
O seu jogo contínuo.
(...)
À sombra de ampla árvore fitavam
O tabuleiro antigo,
E, ao lado de cada um, esperando os seus
Momentos mais folgados,
Quando havia movido a pedra, e agora
Esperava o adversário.
Um púcaro com vinho refrescava
Sobriamente a sua sede.
Ardiam casas, saqueadas eram
As arcas e as paredes,
Violadas, as mulheres eram postas
Contra os muros caídos,
Traspassadas de lanças, as crianças
Eram sangue nas ruas...
Mas onde estavam, perto da cidade,
E longe do seu ruído,
Os jogadores de xadrez jogavam
O jogo de xadrez.
(...)
Meus irmãos em amarmos Epicuro
E o entendermos mais
De acordo com nós-próprios que com ele,
Aprendamos na história
Dos calmos jogadores de xadrez
Como passar a vida.
(...)
Ah! sob as sombras que sem qu'rer nos amam,
Com um púcaro de vinho
Ao lado, e atentos só à inútil faina
Do jogo do xadrez
Mesmo que o jogo seja apenas sonho
E não haja parceiro,
Imitemos os persas desta história,
E, enquanto lá fora,
Ou perto ou longe, a guerra e a pátria e a vida
Chamam por nós, deixemos
Que em vão nos chamem, cada um de nós
Sob as sombras amigas
Sonhando, ele os parceiros, e o xadrez
A sua indiferença.


"A parte animal do Homem, a parte gorda, a que tem sono e quer dormir é brutalmente pesada."


João Carlos

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Ricardo Reis - Vem Sentar-te Comigo, Lídia


Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassossegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.

Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.

E se antes do que eu levares o o bolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.


Vale o esforço de saltar o muro, porque nunca sabemos o que podemos encontrar do outro lado.
("Cobarde não é aquele que chora por amor, e sim aquele que não ama por ter medo de chorar - Temer o amor é temer a vida e os que temem a vida, já estão meios mortos.")


João Carlos

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Terra vs Espaço


Porque razão alguém haveria de querer sair deste planeta?
Percebo que querem ver o mundo de outro ponto, ver o mundo do espaço, sem dúvida que deve ser único e belo. Talvez a sobrevivência da nossa espécie no futuro seja devido à nossa evolução tecnológica. Quem sabe um dia não teremos realmente de mudar de planeta por termos destruído este... Evolução é inevitável, não ponho isso em causa, mas porquê querer sair dele sem nenhuma razão aparente?
Filmes como "Star Trek" ou até mesmos os nossos amigos "Jetsons" ... sonhos criados por nós para atingir o inatigivel. Queremos sempre aquilo que não temos.
Somos uma espécie ambiciosa, sem dúvida. Tão ambiciosa por querer sempre mais e muito, acabamos por destruir o sítio onde vivemos, destruir o que de tão belo sobreviveu antes de nos industrializarmos, apenas pelo nosso belo conforto. Nao condeno conforto, mas se isso põe em causa o mundo em que vivo ou o ar que respiro, sim ... talvez condene. Muito do conforto que temos em nossas casas são bens precisos para o nosso dia-a-dia. Fomos criados com tais tecnologias, no qual agora não podemos viver sem. Mas também muitos que estão pelas nossas casas, apenas apareceram por pura comodidade. Tornamo-nos preguiçosos com tais regalias.
É a evolução.
Mas não deixo de condenar alguns actos feitos contra a natureza. Não consigo não achar belo o adormecer do sol no belo azul do mar, os pássaros a cantar no primeiro raiar do sol, o barulho do silêncio em noites frias, o som de o rio, ou a primeira flor na Primavera ou uma folha a cair no Outono... como é possível alguém neste planeta querer abdicar de tudo isso, apenas porque querem inovação ou novidade?Não trocava nada disso, por uma vida no espaço. Sem dúvida que deve ser uma experiência única e gratificante ver do espaço, o nosso berlinde azul...mas, não trocava.
Amo demasiado o mundo em que vivo.
Chamem-me antiquado, se tiver que ser ...
"One Small Step for Man, One Giant Leap for Mankind."
(One Very Small Step for Mother Earth)

João Carlos