Esse amor, esse sentimento tão puro e sublime. Apenas quem o vive, sabe o seu sabor. É impossível compreender alguma coisa sem realmente amar desta forma única. Se pudesse fazer uma equação matemática onde se escrevia o amor, tudo seria mais fácil. Poderia mudar o X e Y, mas teria sempre uma solução.
“Com efeito, as pessoas a quem me refiro, os amantes, acabam por se arrepender das complacências que manifestaram, logo que hão saciado o seu desejo, enquanto que as outras, as que não amam, jamais têm motivos de que se arrepender.O desejo que, desprovido de razão, atrofia a alma e esmaga o prazer do bem, e se dirige exclusivamente para os desejos próprios da sua natureza, cujo único objectivo é a beleza corporal, quando se lança impudicamente sobre ela, comporta-se de tal maneira que se torna irresistível, e é dessa irresistibilidade, dessa força destemperada, que ele recebe a denominação de Eros, ou de Amor…”
“ (…) vislumbra um rosto divino ou qualquer outro objecto que traga a recordação da Beleza, ou um corpo formoso, esse experimenta primeiramente uma espécie de tremor e, depois, uma certa emoção, semelhante à de outrora. Nessa altura volta o olhar para o objecto belo que assim o despertou, e venera-o, como se de um deus se tratasse. Nestas circunstâncias, não fosse o receio de ser considerado como um mono maníaco, cumularia de homenagens o objecto bem-amado, como se de um deus se tratasse! No momento em que o contempla, é percorrido por um estremecimento febril pois que, uma vez recebida pelos olhos a emanação da beleza, sente-se aconchegado e essa emanação dá a vitalidade à asas da sua alma. Por sua vez, o calor funde os obstáculos que impediam a expansão da vitalidade, aquilo que impedia a germinação, em virtude da sua dureza.”
João Carlos
Sem comentários:
Enviar um comentário