quinta-feira, 25 de junho de 2009

R.I.P



Em homenagem a um dos melhores dançarinos e entertainer dos 80's e 90's.

Diana W.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Areia move-se...


Adormecido na areia da praia molhada
Com seu manto brilhante esticado no horizonte
Tenho sede sem sabor do calor abrasador
Cabeças espalhadas na sua fronteira
Debaixo do sol, o corpo queima,
Sinto a falta de outro corpo,
Não qualquer corpo, o teu.
Transpiro calor por todo meu,
Pequenos fogos postos pela dor.
Minha voz do silêncio não precisa.
A nudez cansada é pérola prateada
Por cima do branco, no meio do nada.


João Carlos

sábado, 13 de junho de 2009

4:20



Podia não achar nada no meio de tanto, podia não ver nada além de um palmo à frente do meu nariz, como também podia não sentir nem viver... mas isso seria como me tirarem a ficha depois de uma luta cansativa contra ás máquinas do tempo. Que seria eu para além de fria e morta, deitada no abismo da minha inconsciência? Seria tudo, porque nesse lugar podemos ser tudo. No chão frio onde me deito nada mais podes ser para além de terra à espera da água fria de um poço. Seria a corrente do vento a soprar Norte a Sul, porque apenas seria o vertical de um dia, jamais estaria adormecida.

Podia até querer a imperfeição de um só gesto, imperfeição torna-o único no meio de tantos gestos vagos e submissos. O cinza que escurece os dias de Inverno profundo no meio do frio, no meio da rua. Quem me leva a casa e me deita e me delicia e me torna numa almofada de repouso para uma única noite de descanso profundo. Maça não proibida, de ti, tiro uma única dentada. Não desejo mais, não desejo menos.

O gelo escondido torna-se tão espesso em alturas de loucura, apenas derrete o que tanto se escondeu, o que tanto se guardou. Os segredos. Todos os temos, não interessa negar, apenas se tornará em mentira. Debaixo da cama apenas o pó do cimento em que tentei furar o chão para nele me esconder. Mentira. Prefiro sair e apanhar a chuva no meu peito aberto, na minha pele pura, nos meus lábios sedosos. Sentir as gotas no cabelo a caírem até às minhas costas, com arrepios da pura das verdades em viver molhada. Indiferença do fumo em chaminés velhas e inclinadas, do cheiro a terra molhada e do barulho de um relógio a falar, que será da ponta de tudo nesta mera vivência de um destino traçado.

Podia ser tudo, podia ser nada... Até mesmo isto se tornar em palavras de nada.


Diana W.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Apenas o relógio fica


Disse-te que iria sentir tudo como da primeira vez, e assim foi. Quantas noites perdidas em imagens desfocadas nos tentamos deliciar mas sem ficarmos completamente saciados. É uma fome e uma sede em que não dá para beber nem comer, apenas admirar de bem longe o que mais de belo entregámos. Apenas uns degraus me levariam ao céu do inferno onde me consumo e evaporo para navegar em águas desconhecidas, onde gostava por uma vez que fosse mergulhar e não voltar.
Sei que o relógio não pára apesar de já ter pedido vezes sem conta. Queria que ele parasse no primeiro minuto em que te sinto e apenas voltar aos segundos para a vida quando conseguisse te largar para o mundo. Não consigo não estar nervosa. Quando se suspira tanto como já suspirei, como tu já suspiraste, torno-me no ser mais incrédulo quando meus suspiros são escritos no livro grande da minha vida. Eu sou as palavras de um escritor, ele apenas conta o que sou.
Perdemo-nos em nós mesmos. Eu perco-me em ti e em toda a leveza dos corpos agarrados.
Passo a minha mão por tudo que tanto ansiei e por noites a fio desejei. Contigo, consigo alcançar o incurável para mim, o vermelho do sangue em cada pulsação e em cada grito por tudo que me devora por dentro. Fazes-me arrancar os últimos pedaços de um corpo cansado e faminto. Tornámo-nos no que sempre desejámos e que nunca nos foi dado, escrevemos com nossos dedos a nossa história no corpo um do outro, e apenas o relógio fica. Somos a razão e o sonho incorporado na carne que nos resta.
Contudo, olho para um livro com tanto para preencher, em que me dá tanta vontade de escrever nele. É o único livro que quero escrever... O restante, apenas rascunhos.
Somos pássaros sonhadores, em que apenas a mudança do vento nos soprou para direcções opostas ao mar. Nada mais do que isso. Não deixámos de ser pássaros, não deixámos de ser sonhadores. Ainda assim, olho para o relógio e relembro. Deste-me uma nova forma de ver as horas passar.


Diana W.

domingo, 7 de junho de 2009

Brainstorm



O tempo... que dizer sobre o tempo? Tempo é tempo. Tempo é passado. Tempo é passagem. Tempo é tudo. tudo que veio, tudo que é e tudo que vai ser.
Tempo. Chama o tempo. Tempo é tempo.
Tempo é relógio. Tempo é pessoas. Tempo é chuva, sol e vento. Tempo é destruição.
Tempo foi. Tempo vem. Tempo vai.
Tempo. Tempo. Tempo. Tempo. Chama pelo tempo. Tempo.
Não sei mais que dizer sobre o tempo.
Tempo traz futuro. Tempo é escrito. Tempo é marcado. Tempo é recordado. Tempo será lembrado. Tempo... falamos do tempo.
Tempo de escrever, tempo de ser criativo. Tempo de dizer alguma coisa. Tempo para ser alguém. Tempo para chamar. Tempo para gritar.
Tempo para recordar. O tempo. Que será do tempo? Que será do tempo? Como ficará o tempo? Durará muito tempo? Tudo será, tudo virá... até mesmo o tempo.
Tempo para fazer. Tempo para ser. Será que durará? Tempo é nada. Tudo ficará em nada. Tudo é nada. Tudo ficará em nada, até mesmo o tempo.
Nada ficará. Nada dura. Apenas o tempo perdura.
O tempo. O tempo. O tempo.
Apenas resta o papel, a caneta e eu. Nada me consegue tirar o tempo. O tempo é tudo.
O tempo é tudo e nada é.


João Carlos