quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Porquê esse caminho?


Tinha em mim todos os sonhos, agora não passo de reflexo na água, uma imagem distorcida do que fui, do que sou...
O meu inconsciente, é sempre a porra do inconsciente que me desenha com estas formas, que me pinta desta forma. Pintor cruel.
Diz-me tu, ó pintor, que fiz eu para me detestares na ponta dos teus pincéis?
Diz-me tu o porquê das cores que me dás?
O porquê das lágrimas com que me pintas?
Com essa tela, traçaste meus sonhos. Que tenho eu agora para sonhar?
Foste estragar a mais bela imagem minha e para quê? Nunca mais irei ser tão bela quanto fui. Não terei as mesmas cores, aquelas cores que só aparecem por vezes uma única vez. Não terei as mesmas formas, meus traços foram apagados e deixaram de ser tão amados.
Porque foste tu, ó pintor, estragar o que já era belo por si?


Diana W.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Let it Go

Where do you go
When the day is long
And where does your heart beat
And who is wrong

Why do I feel this way
Why do I kneel
How could I let it go
Why do I feel
Why do I feel

WhyFollow me home
Through the, the maze and on
I'll show you the road
That I led you the wrong way on

Why did I go that way
Why do I steal
How could I let her go
Why do I feel

Oh why did I go that way
Why do I steal
How could I let her go
Why do I feel
Why do I feel

Why Why
Why did I go that way
Why do I need
How could I let her go
Why do I feel

Oh why did I go that way
How could I steal
Oh how could I
How could I
How could I
How could I
How could I

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Alice is sleeping

Deito-me e sonho Estas belas palavras
Que nem sempre as tenho
Adoro dizê-las, adoro vivê-las
Em todos os momentos que sonho,
Estou deitada e caminho
De um lado para o outro
Como vento que passa por mim

Sento-me e escrevo
Num palácio de cristal
Com vestido de gala
Debaixo de um salgueiro
Sozinha no meio do nada.
No jardim encantado,
Sonho connosco.

Quando o peso das águas me engolem
Cansada das roupas que uso,
Já têm o formato do meu corpo
Branco e sem formas,
Como uma nudez invadida
Por um espaço infinito
Desapareço em mim.


Diana W.

domingo, 16 de agosto de 2009

Reecontros


Alguma vez tiveste aquela sensação que sentes falta da tua camisa de flanela preferida?
Não?! Pois, eu hoje senti. E para ser honesta, foi a melhor sensação dos últimos dias, sentir uma ansiedade enorme por vestir algo tão pouco estiloso, um tanto vulgar, algo tão anti feminino, mas aqui vai algo de novo - Don't care! Em tempos, aquela camisa quase fazia parte da minha pele, esquecida no armário por tempos de mudança. Guess what? I need it back!
Welcome back.


Diana W.

sábado, 15 de agosto de 2009

Refexão do auto-confissão


Confessemos tudo o que em nós vive.
Eu?! Não tenho confissões, mas se tiver, irei negá-los diariamente a ti.
Neste momento, apenas me confesso a mim mesma, perdida no vasto azul do céu, penso.
Molho cuidadosamente os pés na mar frio desta terra e sinto a areia por entre os dedos. Caminho. Deixo as pisadas por breves minutos até água apagá-los da memória. Como as minhas pisadas me demonstram aquilo que neste momento sou. Devo ter caminhado horas e mesmo assim não consigo nem percorrer metade do meu caminho trajectado. O meu trajecto: Caminhar para confessar e pensar para poder continuar a caminhar, redimir os meus pecados. Não penso serem muitos, mas basta um para me atormentar. O meu maior pecado sou eu mesma. Se conseguisse orar, oraria por mim. Mais ninguém tem mais medo do que eu de mim mesma. As minhas ideias, as minhas acções, as minhas emoções. Após alguns anos, sinto-me novamente perdida. A minha instabilidade aparece, desaparece e volta novamente ao estado de desequilíbrio. Acho que começa a fazer parte do meu ser, ser tudo e nada. Carrego em mim os sonhos de criança e torno-me em nada quando não o posso ser. Mudo-me. Mudo-me várias vezes. Nunca deixo de ser eu, mas ao mesmo tempo não sou eu. Sou como um retrato pintado por um grande pintor, mas um pintor não coloca a pessoa na sua tela, apenas um reflexo de uma imagem capturada por um único momento. Eu não sou um momento, sou uma mão cheia deles. Quem na verdade consegue retratar isso? Teria de pôr como hipótese uma máquina fotográfica. Correcto. Uma máquina fotográfica. Uma máquina. Mesmo assim não deixa de ser apenas uma representação de mim mesma, e não eu. Seria necessário uma câmara diária para uma vida inteira para me esboçar.
Sou ambiciosa, demasiado. Devíamos chegar a um estado de contentamento mas mais uma vez, parte da natureza humana. Queremos mais e melhores constantes para nós mesmos, com apenas um único propósito, arranjar uma razão pelo qual existir.
Existe uma segunda parte de mim, sozinha numa ilha. Neste momento sem essa parte, a minha confissão deixa de fazer sentido, deixa de existir, é para ela que me confesso. A minha longínqua metade.
Sou uma menina perdida em si mesma. Não consigo contrariar. Não consigo não ser eu. Preciso de cor, preciso da lua, preciso de um baloiço, preciso de mergulhar nesta água para me limpar de todas estas palavras que passam em mim, preciso de viver. Espero o mundo e contigo, minha metade, conseguirei. Mas sem ti, todas as palavras aqui escritas deixam de fazer sentido. Se fosse pessoa inteira, pessoa completa, a vida não deixaria de ter rumo mas enquanto caminho com os pés molhados, os meus sonhos mudam. Continuarei a caminhar, mas nunca será o mesmo momento, as mesmas pisadas, as mesmas palavras, sabendo que existes, que estás perdida na ilha abandonada, e eu aqui sem ti, minha metade de mim.


Diana W.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

As paredes brancas

Rasguem-me o corpo
Desta alma
Corpo cansado e nú
Alma descansada
Virem-me do avesso
Sacudam-me e acordem-me
Tornem-me em um
Apenas um
Tapem-me a boca
Tapem-me os olhos
Apenas conseguirei ver melhor
Conseguirei ser melhor
Cantarei melhor
Minha dor são palavras
Meu corpo são versos
Minha mágoa é canção
Todo eu sou muitos
Muitos não sou eu.
João Carlos

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Tudo que vai, volta



Tudo que vai, volta
Momentos de êxtase, momentos únicos
Dias de Verão quentes, tempestades
E depois voltamos a fechar os olhos
E adormecemos no nosso corpo.
Olhar ao espelho e ver
Para além de mais um dia
Ver sim o grande dia

Tem sido um constante.
Olho-me como um impasse
No percurso da vida,
Ser pedra que vai rebolando
Quando me dão um pontapé.
Seria pior sendo pedra a desfazer
No som das ondas do mar,
Parada à espera do destino final,
Mas continuo a sentir e querer
Ser pedra que segura a casa
Ou pedra da sepultura,
Onde dito as horas de um corpo frio mas vivido,
Pedra que marca história.
Pedra que fala e conta.

Ser pedra e não ser ouvida,
É como um conto.
Irreal para os olhos do mundo.
Continuo a ter em mim os sonhos do mundo
E mesmo assim, continuo a sentar-me
Neste parapeito a olhar para cima.
Quando é que me tornei pedra parada?
Parei por um sonho, na ilusão de um sonho.
Cada vez o vejo mais longe, cada vez mais
Caiu na minha realidade e como mais uma vez
Sonhei e acreditei.
Não deixarei de sonhar
Mas como posso eu acreditar em ser marco
Se por vezes sinto-me
Como apenas mais uma pedra?


João Carlos