segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Tudo que vai, volta



Tudo que vai, volta
Momentos de êxtase, momentos únicos
Dias de Verão quentes, tempestades
E depois voltamos a fechar os olhos
E adormecemos no nosso corpo.
Olhar ao espelho e ver
Para além de mais um dia
Ver sim o grande dia

Tem sido um constante.
Olho-me como um impasse
No percurso da vida,
Ser pedra que vai rebolando
Quando me dão um pontapé.
Seria pior sendo pedra a desfazer
No som das ondas do mar,
Parada à espera do destino final,
Mas continuo a sentir e querer
Ser pedra que segura a casa
Ou pedra da sepultura,
Onde dito as horas de um corpo frio mas vivido,
Pedra que marca história.
Pedra que fala e conta.

Ser pedra e não ser ouvida,
É como um conto.
Irreal para os olhos do mundo.
Continuo a ter em mim os sonhos do mundo
E mesmo assim, continuo a sentar-me
Neste parapeito a olhar para cima.
Quando é que me tornei pedra parada?
Parei por um sonho, na ilusão de um sonho.
Cada vez o vejo mais longe, cada vez mais
Caiu na minha realidade e como mais uma vez
Sonhei e acreditei.
Não deixarei de sonhar
Mas como posso eu acreditar em ser marco
Se por vezes sinto-me
Como apenas mais uma pedra?


João Carlos

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