sábado, 25 de abril de 2009

E depois do Adeus


Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.
...
Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder
...
Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci
...
E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
...
Minha dor que aprendi
De novo vieste em flor
Te desfolhei...
E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós
...
João Carlos

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Happy Birthday



Sempre que ouço, lembro-me de um percurso que apenas ainda agora começou, junto a ti.

Diana W.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Quem me leva os meus Fantasmas



Minha voz de profeta, ou será anjo da guarda?
Diana W.

terça-feira, 21 de abril de 2009

A Linha da Vida


Um vez perguntaram-me: "Não tens medo de nada?"
Na altura confesso que nada me ocorria, não consegui responder a uma pergunta tão simples.
Enquanto ouvia uma voz que me acompanhou em momentos mais difíceis, sem pensar na pergunta feita a uns tempos atrás, encontrei o meu maior medo.
Uma imagem já esquecida voltou para mim, esquecida porque assim o fiz por esquecer. Quando a recordo, lembro-me do pior dos animais de joelhos sozinho, banhado em lágrimas no escuro, sem encontrar o "exit" de onde se encontrava. O meu maior medo...
Os meus fantasmas rasgaram-me o peito, o meu maior medo surge para me sufocar. O meu medo...


Ontem já te consegui responder: "O que tenho mais medo neste mundo, é de mim mesmo. Tenho medo do que sou capaz, tenho medo dos meus pensamentos e actos. Eu mesmo. O vento irá sempre soprar, as marés irão sempre bater nas rochas, alguém nascerá enquanto alguém morre. Mas ninguém me fez tão mal como eu a mim mesmo. Sou a minha maior força e o meu pior inimigo. Tenho medo de mim."


"Assuntos mal acabados. Os nossos maiores medos são quem nos perseguem. Quanto mais vês como um problema, mais ele se torna (...) Mas mesmo quando estás cheio deles, não deixas de falar deles com um sorriso. Tu sabes que essa dor é apenas passageira e que vais conseguir resolve-la. Alguém que é forte pode agir tanto para o bem como para o mal (...) Não fujas da tua linha e continua a caminhá-la como caminhas-te até agora"




João Carlos

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Had A Bad Day


Where is the moment we needed the most
You kick up the leaves and the magic is lost
You tell me your blue skies fade to grey
You tell me your passion's gone away
And I don't need no carryin' on

You stand in the line just to hit a new low
You're faking a smile with the coffee to go
You tell me your life's been way off line
You're falling to pieces everytime
And I don't need no carryin' on

Because you had a bad day
You're taking one down
You sing a sad song just to turn it around
You say you don't know
You tell me don't lie
You work at a smile and you go for a ride
You had a bad day
The camera don't lie
You're coming back down and you really don't mind
You had a bad day
You had a bad day

Well, you need a blue sky holiday
The point is they laugh at what you say
And I don't need no carryin' on
You had a bad day
You're taking one down
You sing a sad song just to turn it around
You say you don't know
You tell me don't lie
You work at a smile and you go for a ride
You had a bad day
The camera don't lie
You're coming back down and you really don't mind
You had a bad day
Sometimes the system goes on the blink
And the whole thing turns out wrong
You might not make it back and you know
That you could be well oh that strong
And I'm not wrong (ahhh...)

So where is the passion when you need it the most
Oh, you and I
You kick up the leaves and the magic is lost

'Cause you had a bad day
You're taking one down
You sing a sad song just to turn it around
You say you don't know
You tell me don't lie
You work at a smile and you go for a ride
You had a bad day
You've seen what you like
And how does it feel for one more time
You had a bad day
You had a bad day
João Carlos

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Uma Madrugada


São 3:04 de uma manhã fria e barulhenta. Barulhenta, pois ouço o mundo a mexer lá fora. No meio das minhas insónias e ansiedades, debruço-me sobre um aquecedor, onde me tento deliciar com um pouco de calor. Sentada assim fico, preciso de um pouco de conforto sozinha e sentada nesta sala. Ouço apenas o barulho dos ponteiros de um relógio e aquelas vozes que falam de tudo que sinto neste momento. Este "silêncio" perturba-me, ainda consigo ouvir meus pensamentos nesta sala de confissões.

Olho para o relógio, aquele maldito que dita os meus dias, aquele que não anda mais rápido quando rezo, nem mais lento quando peço. Como me encontro nestas horas? Que número seria eu no meio dos dias?
Olho para os traços na parede, como são falsos e sem sentido. Já nada faz sentido nesta sala, apenas aquele relógio. Como tem ele me perseguido com o barulho que faz, com as memórias que me traz.

3:48 e perdi-me nas tuas palavras. Como adoro me deitar a supôr realidades longínquas. Sonhar é o que me dá vontade de querer viver essas tuas palavras. Preciso deles para acreditar. Não desejo que ele passe a correr porque quanto mais rápido estiver cá, mais rápido deixará de estar, mais rápido te deixarei.

Não! Que demore o seu tempo, mas que demore da mesma forma a tirar o que mais quero. Neste momento, não faço mais nada a não ser contar o tempo. Contar o tempo até me deixar mergulhar no que começa a ficar esquecido. Sei que quando assim acontecer, estarei serena, estarei calma, conseguirei as minhas noites de descanso. Quando assim for, abrirei a janela e gritarei ao mundo o porquê de gritar.


Tanto demorou, que chegou e como acabou dessa forma foi como começou de novo...



Diana W.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Há quanto tempo não via isto















Apenas porque gosto de recordar o que já tantas horas me entreteve...
Diana W.

sábado, 11 de abril de 2009

Um Verso Vem

Um verso vem. Calculo o peso da neblina
que envolve o seu teor, o preso ritmo
da esfera em movimento: cerro o olhar na alma tensa
que ao longo do percurso mais ensina. O verso
vem por si em si da imagem que vier
no imaginar do corpo em sua ascese leve, peso
de uma estrutura fina ao seu redor.

Um verso vem. O olhar na alma mais se inclina.

Luís Adriano Carlos


João Carlos

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Hollow Lifes


We come to this place, falling through time
living a hollow life
Always we're taking, waiting for signs,
hollow lives...
We fall in space, we can't look down
Death may come, peace I have found
Is there ever any wonder why
we look to the sky?
Search in vain, asking "why?"
All alone, where is God?
Looking down... We don’t know


João Carlos

terça-feira, 7 de abril de 2009

Máquina do Tempo


Sou uma máquina do tempo
Falta uma parte de mim, a chave
A chave que faz tudo rodar
Aquilo que torna o inútil
Em algo funcional.
Perdida sem chave
Sou algo inútil neste momento
Porque apenas estou sem chave.
Máquina parada, é o que sou.
Dei a minha chave
A alguém que me põe a funcionar
Faz-me suplicar por ela
Levas-me ao desespero!
Que outra razão teria eu?
De dar a minha existência...?
Fazes-me desejar a descoberta
De algo ainda por descobrir
Faz-me fechar os olhos
E desejar que já a tenho
Como é possível estar bem,
Estar em pleno,
E estar incompleta?
Dei a minha chave
Roda-a simplesmente
Quando estiveres por perto.


Diana W.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Nitroglicerina

um queixume febril enrola-se-me no corpo
como tiros de um vento alucinado, são 25
horas da tarde em cada nitrato de poema,
queixume subterrâneo de fictícios braços.

projecta-se o recorte laminar nos porões barrocos
da tua mão que escreve com monstruosos lápis
de falésias sobre o mar na velha fotografia.

jantaremos velas românticas a meio do restaurante.
sonharemos galeras de sal e sangue no tempero da
refeição.

inventaremos um vendaval secreto por debaixo da
mesa.
pelas veias as velas e as selvas rasgam profundos
vales:
adorei passear com as tuas janelas verdes. amo-te.
amo-te por cima das janelas verdes. lanço
beijos trovadorescos aos teus seios marítimos
até ao coração. o poema é por momentos
o nosso cardiograma.

adeus. prometo escrever-te com regularidade
antes do regresso heróico das galés portuguesas
às praias desertas da tua excitação sexual.

levo colunas de sonhos vermelhos, aluviões
de sangue que nos dedos apenas tremem como lagos.
holofotes de molière sobre o meu dia adiado
enquanto o sangue escorre das areias para o pulmão.

adeus, deixo-te a minha partida por fim todas as
manhãs
à hora do noticiário good bye my sweet friend
I´ll write you again sentado nos rochedos
de um epitáfio celeste. adeus.

Luís Adriano Carlos


João Carlos

sexta-feira, 3 de abril de 2009

E se cada "Bom Dia" fosse único?

"Bongiorno Principessa!"
...

"Good morning
It's great to stay up late,
Good morning, Good morning to you."
...

"Good morning Vietnam"
...
João Carlos

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Estrelas pintadas


Quantas vezes já me sentei neste parapeito perdido à semana e olho para cima. Quantas vezes não me sentei nele quando devia. Sem querer, o céu acaba por ser meu testemunho, onde me perco, tendo aquele tempinho tão desejado que já há muito não o reconheço. Será que o céu será o mesmo que o meu neste tempo? Duvido... Cada um tem o seu espaço nesse céu mas não consigo deixar de desejar que preferia ver o teu.
Torna-se tão frio este parapeito, sinto-o bem frio mas isso não me impede de aqui estar, é onde me mergulho num mar de chá. Ao fundo ouço vozes e letras que me tornam mais quente cantando com elas, tornam a minha dor mais leve e mais intensa ao mesmo tempo porque em tempos cantamos juntos e agora apenas me ouço a mim. Não são as mesmas músicas para mim. Apesar disso canto. Costumam dizer que "Quem canta seus males espanta" mas, consegui perceber que isso não funciona assim, meus males continuam cá e até quando me deito em sonhos. Espero não dormir sozinho.

Debaixo dos lençóis há apenas UM corpo quente. Ao pé da cama apenas a cadeira, nada mais. A casa, deserta. As paredes contam as minhas histórias em que era um menino perdido e sorridente. Metamorfoses de um bicho no meio de tantos... Mas esta casa deserta apesar d parecer, não o é. Um corpo encosta-se nas paredes e assim permanece frio.

Quando ouço essa voz, algo em mim se cria: uma paz. Deitarei sempre em teu colo e suspirarei sempre de alivio. Talvez irei rir sem conseguir parar, talvez contarei histórias, em confusão de ideias, falaremos do que vemos, e talvez em momentos únicos lágrimas deslizaram por mim mas, nunca deixarei em teu colo ser eu. Tudo isso faz parte de um todo, tudo isso faz parte de um eu.

Debaixo do tecto pintado com brilho, aquele ali é o meu bocadinho de espaço, qual é o teu? Não o quero ter para mim, apenas quero desejar que quando não me vês, que olharás para o mesmo sitio que olho e sonharás. Apenas isto nos une, o céu e a ponte que criamos. Gritarei sempre do meu lado o mais alto que puder para que me ouças e que estarei sempre sentado na outra ponta à espera, nem que chuva em mim caia e que relâmpagos me atinjam. Se tiver que percorrer essa ponte para te segurar, espera-me porque estarei aí em um dia.
Fecharei agora a janela e sairei do parapeito mas amanha voltarei a abri-la e perguntarei novamente: Debaixo do tecto pintado com brilho, aquele é o meu bocadinho de espaço, qual é o teu?


João Carlos