quarta-feira, 15 de abril de 2009

Uma Madrugada


São 3:04 de uma manhã fria e barulhenta. Barulhenta, pois ouço o mundo a mexer lá fora. No meio das minhas insónias e ansiedades, debruço-me sobre um aquecedor, onde me tento deliciar com um pouco de calor. Sentada assim fico, preciso de um pouco de conforto sozinha e sentada nesta sala. Ouço apenas o barulho dos ponteiros de um relógio e aquelas vozes que falam de tudo que sinto neste momento. Este "silêncio" perturba-me, ainda consigo ouvir meus pensamentos nesta sala de confissões.

Olho para o relógio, aquele maldito que dita os meus dias, aquele que não anda mais rápido quando rezo, nem mais lento quando peço. Como me encontro nestas horas? Que número seria eu no meio dos dias?
Olho para os traços na parede, como são falsos e sem sentido. Já nada faz sentido nesta sala, apenas aquele relógio. Como tem ele me perseguido com o barulho que faz, com as memórias que me traz.

3:48 e perdi-me nas tuas palavras. Como adoro me deitar a supôr realidades longínquas. Sonhar é o que me dá vontade de querer viver essas tuas palavras. Preciso deles para acreditar. Não desejo que ele passe a correr porque quanto mais rápido estiver cá, mais rápido deixará de estar, mais rápido te deixarei.

Não! Que demore o seu tempo, mas que demore da mesma forma a tirar o que mais quero. Neste momento, não faço mais nada a não ser contar o tempo. Contar o tempo até me deixar mergulhar no que começa a ficar esquecido. Sei que quando assim acontecer, estarei serena, estarei calma, conseguirei as minhas noites de descanso. Quando assim for, abrirei a janela e gritarei ao mundo o porquê de gritar.


Tanto demorou, que chegou e como acabou dessa forma foi como começou de novo...



Diana W.

1 comentário:

Bruno Neves disse...

The text I know.... so as the photo.... Só nao sei pk q ainda nao está um livro assinado por ti numa qq prateleira...

Love it...
Kiss