segunda-feira, 24 de março de 2008

Sou o que Sinto


Sinto. Sinto como nunca senti.
Rendo-me. Rendo-me ao prazer
De dois corpos separados e agora renascidos.
Sinto-me mergulhado no infinito das sensações.
Não há tempo para respirar. Não há tempo para pensar.
Tempo escassa constantemente. Não há tempo para duvidar
Em cada toque ou em cada suspiro. Apenas sinto
O bater de cada pulsação.

Olho. Olho como nunca olhei.
Não vejo... Apenas sinto.
Nem o som de cada gota a cair me confunde.
Meus olhos continuam encerrados
Para o restante mundo. Tempo pára.
Não existe pessoas nem segundos. Apenas sentidos.
Agora, apenas sinto.
Sinto como nunca senti.


João carlos

domingo, 9 de março de 2008

Sente-se...

Sente-se.
Está sentado?
Encoste-se tranquilamente na cadeira.
Deve sentir-se bem instalado e descontraído.
Pode fumar.
É importante que me escute com muita atenção.
Ouve-me bem?
Tenho algo a dizer-lhe que vai interessá-lo.

Você é um idiota.
Está realmente a escutar-me?
Não há pois dúvida alguma de que me ouve com clareza e distinção?
Então
Repito: Você é um idiota.
Um idiota.
I como Isabel, D como Dinis, outro I como Irene,
O como Orlando, A como Ana.
Idiota.

Por favor não me interrompa.
Não deve interromper-me.
Você é um idiota.
Não diga nada. Não venha com evasivas.
Você é um idiota.
Ponto final.

Aliás não sou o único a dizê-lo.
A senhora sua mãe já o diz há muito tempo.
Você é um idiota.
Pergunte pois aos seus parentes
Se você nao é um I.
Claro, a você nao lhe dirão
Porque você se tornaria vingativo como
todos os idiotas.
Mas os que o rodeiam já há muitos dias e
anos sabem que você é um idiota.
É típico que você o negue.
(...)
Bertolt Brecht


João Carlos

sábado, 8 de março de 2008

The End is just the Beginning



"People once believed that when someone dies a crow carries their soul to the land of the dead. But sometimes, something so bad happens that a terrible sadness is carried with it and the soul can't rest. Then sometimes, just sometimes, a crow can bring that soul back to put the wrong things right..."


João Carlos

quinta-feira, 6 de março de 2008

Almas Gémeas

" Aristófanes, poeta grego, contemporâneo de Sócrates, afirmou que no começo os Homens eram duplos, com duas cabeças, quatro braços e quatro pernas.
Esses seres mitológicos eram chamados de andróginos. Os andróginos podiam ter o mesmo sexo nas duas metades, ou ser homem numa metade e mulher na outra.
Bem, isso tudo Aristófanes criou para explicar a origem e a importância do amor.
O mito fala que os andróginos eram muito poderosos e queriam conquistar o Olimpo dos deuses, e para isso construíram uma gigantesca torre. Os deuses, com o intuito de preservar seu poder, decidiram punir aquelas criaturas orgulhosas dividindo-as em duas, criando, assim, os homens e as mulheres. A parte do mito sobre a origem da humanidade perdeu-se ao longo das eras, mas a ideia de que o homem é um ser incompleto, em essência, perdura até hoje.
Segundo o mito, é por isso que homens e mulheres vagueiam infelizes, desde então, em busca de sua metade perdida. Tentam muitas metades, sem encontrar jamais a certa (...) "
João Carlos

quarta-feira, 5 de março de 2008

Caminhos vão dar a...



Mudar o caminho de vida...

O que nos leva a escolher mais um caminho do que outro? Será pelo desafio que este representa ou o conforto que nos transmite? Preferimos arriscar ou apenas nos manter silenciosos?

O que que nos faz levantar e gritar bem alto nossos desejos?

Fecho os olhos e consigo sentir tudo como nunca senti anteriormente, quase parece que a vida tem um sabor doce, mas não demasiado doce, simplesmente perfeito. Consigo distinguir cada som do mundo, cada pensamento que me passa pela cabeça constantemente atarefada, quase parece que acordei para o mundo pela primeira vez. Sentir pela primeira vez. Sentir cada brisa e gota que cai tão elegantemente. Viver pela primeira vez.

Será que estive a dormir este tempo todo e simplesmente os anos me passaram ao lado? O que me fez despertar do meu sono da morte?

Tem tudo sido experiências únicas... experiências que guardarei junto a mim para o resto da minha vida porque realmente, foram belas. Atenção que a palavra bela não deverá ser levada como uma banalidade mas sim como uma sublimidade. Sublinho experiências únicas.
Tudo tem um gosto tão especial que me faz querer nunca mais sair dele, nunca mais perder este sorriso que teima em estar sempre presente.
O pensamento tem um poder imenso sobre nós... Como consegue deixar-nos tristes como felizes. Em cima ou em baixo. Distingue-nos do branco e do preto.
E minhas lembranças desses mesmos momentos únicos fazem-me sorrir como nunca sorri.
Fazem-me sentir como nunca senti.
Fazem-me viver como nunca vivi.
Fazem-me sentir como se não houvesse limites para a escolha dos meus caminhos, caminhos esses que outrora me faziam tremer e agora parecem-me ser os caminhos ideais para mim, sem qualquer dúvida ou receio.
A única pergunta que me resta de momento... Esses caminhos serão realmente o meu futuro?


João Carlos