segunda-feira, 27 de junho de 2011
segunda-feira, 13 de junho de 2011
"Eu quero..."
Acordar calmamente ao som do meu descanso pacífico
Olhar para o relógio e não ver minutos atrasados
Não sentir calor nem frio
Levantar nua e vestir a minha pele
Lavar a cara com água morna e límpida
Vestir a roupa da mais pura seda
E os cabelos com perfume de rosas brancas
Beleza inconfundível e sem fracassos
Sentar à mesa e deliciar-me com fruta fresca
Saborear... Transformar-me em pessoa mais um dia
Fechar a porta e descer pela rua a pé
Desejar um "Bom dia" a todos os vizinhos
Atravessar o rio e ver a água a cair
Ver todos os cafés abertos,
Os pescadores a recolher as redes,
As peixeiras a gritar!
As casas a ficarem vazias e a rua a movimentar
A máquina a capturar todos e tudo
O dia das almas a correr sem saber por onde correr
Sentar no banco do jardim central
Ver os velhinhos a jogar cartas, dominó e damas
Ouvir o que têm para contar:
Da vida passada, da vida presente e do futuro
Sabedoria de uma vida vivida e dura
(Histórias inexistentes para quem agora vive)
Tirar os meus sapatos e caminhar na areia
Sentar-me numa pedra e fechar os olhos
Ouvir as milhares de músicas
Encontrar todas as pessoas da minha vida
Ler um poema bem alto em frente à plateia
Usar cada pedaço do meu corpo para falar
Realizar o meu filme e a banda sonora
Citar os grandes Homens
Ler todos os meus livros e apontamentos
Ver todos os filmes na prateleira
Experimentar todos os sabores do mundo
Visitar cada cidade dos mapas
Transformar o velho em novo,
E manter as memórias de tudo que vi
Colher uma flor e oferecer a quem amo
Sentir a sensação de alivio do espirro
A despreocupação de uma criança
Um exemplo a seguir
Compreender todas as línguas do mundo,
As faladas e as não faladas
Comer um pedaço de bolo quente
Saltar em cima da cama e não partir
Conversar com desconhecidos
Sujar-me toda na terra
Escrever a minha carta de despedida
Pousar as minhas memórias
Debruçar-me na janela e ver o sol a cair,
Todos os dias.
Sentir-me mergulhada em água quente,
Com um belo copo de vinho tinto
Jantar à luz da lua em dias quentes
E vestir-me como uma princesa
Para todas essas noites contigo
Adormecer todas as noites abraçada
Antes de adormecer sentir que sim.
Diana W.
quinta-feira, 9 de junho de 2011
Um livro, uma manta e um copo de vinho
Finalmente consegui deitar na relva verde ao teu lado num dia lindo de sol de Primavera. A brisa inexistente deixava que aquele ar cheirasse às flores típicas da sua época. Chamas-me uma despreocupada desequilibrada enquanto sorris. Porque me chamas isso, eu não sei. Tanto te amo como desapareço. Despreocupada? Pouco ou nada.
O poder de conseguir parar o tempo seria maravilhoso. Tornar aqueles momentos curtos em horas ou dias, onde nós estamos perdidos em nós e a minha pele ainda virgem. Parte esses ponteiros de morte e cria vida. Tira os sapatos e caminha descalço sobre o verdejante prado e colhe as tuas flores e seus frutos. Não deixes que nada te faça desaparecer e senta-te comigo. O desejo torna-me tua escrava sentimental, perdida entre o calor e a sensação. Escreve em mim as tuas promessas de ardor, vencerás sempre esta guerra de imortalidade que só nós conseguimos. Como se tornou inesquecível a sensação do teu toque na minha pele e como isso tornava tudo simples. Simplifica a tua vida. Primeiro, divide em parcelas, e depois as parcelas das parcelas, e assim continuamente. Encontrarás como resultado: "nada". As nossas confusões são nada em relação ao que vimos nascer, as suas primeiras palavras e seus primeiros passos.
A nossa árvore, nossa protectora e defensora. As folhas a cair lentamente em mim faz desaparecer o cheiro das flores e caí a noite Outonal. Não deixemos a nossa relva e a nossa árvore por causa do frio mas sim, antes aquecemo-nos e ajudaremo-nos a manter tudo que precisamos para sobreviver. Desequilibrada? Sim, por favor e mantém me companhia.
Diana W.
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Elevador
Carrego no botão. O peso do mundo e dos livros davam um esquecimento de mim mesma, tudo se havia tornado pedra entretanto, e espero. Está vontade constante de querer desaparecer começa aparecer e no entanto, penso que a loucura é a minha guia por dias a fio. Finalmente chegou. A espera tornou-se tão longa que mergulhei com a minha insanidade, minha doença apreensiva e cautelosa. Enquanto desço, ouço o som de uma guitarra. Aquelas simples notas daquela música tão familiar e por breves segundos pensei: "Quem estará a tocar aquela música? Afinal, é isto a razão de tudo. A paixão de uma música, das palavras, de um breve sorriso ou do amor pelo que acreditamos. É por isso que tentamos ou então, morrer a tentar." Cheguei ao fim com mais força do que comecei a minha viagem.
Diana W.
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