quinta-feira, 9 de junho de 2011

Um livro, uma manta e um copo de vinho



Finalmente consegui deitar na relva verde ao teu lado num dia lindo de sol de Primavera. A brisa inexistente deixava que aquele ar cheirasse às flores típicas da sua época. Chamas-me uma despreocupada desequilibrada enquanto sorris. Porque me chamas isso, eu não sei. Tanto te amo como desapareço. Despreocupada? Pouco ou nada.

O poder de conseguir parar o tempo seria maravilhoso. Tornar aqueles momentos curtos em horas ou dias, onde nós estamos perdidos em nós e a minha pele ainda virgem. Parte esses ponteiros de morte e cria vida. Tira os sapatos e caminha descalço sobre o verdejante prado e colhe as tuas flores e seus frutos. Não deixes que nada te faça desaparecer e senta-te comigo. O desejo torna-me tua escrava sentimental, perdida entre o calor e a sensação. Escreve em mim as tuas promessas de ardor, vencerás sempre esta guerra de imortalidade que só nós conseguimos. Como se tornou inesquecível a sensação do teu toque na minha pele e como isso tornava tudo simples. Simplifica a tua vida. Primeiro, divide em parcelas, e depois as parcelas das parcelas, e assim continuamente. Encontrarás como resultado: "nada". As nossas confusões são nada em relação ao que vimos nascer, as suas primeiras palavras e seus primeiros passos.

A nossa árvore, nossa protectora e defensora. As folhas a cair lentamente em mim faz desaparecer o cheiro das flores e caí a noite Outonal. Não deixemos a nossa relva e a nossa árvore por causa do frio mas sim, antes aquecemo-nos e ajudaremo-nos a manter tudo que precisamos para sobreviver. Desequilibrada? Sim, por favor e mantém me companhia.

Diana W.

1 comentário:

Jimmy the exploder disse...

Acho bonito querer-se parar o tempo...essa pontual necessidade... Numa perspetiva de pluralidade: o homem,na minha opinião, tem sido prejudicado pela busca da unicidade - uns procuram a molécula da felicidade, nas suas "diversões" científicas, outros procuram desesperadamente(atrevo-me a dizer com sentido metafórico)Cristo, que não encontram nas suas próprias vidas, impondo padrões de comportamento e outros ainda procuram por analogia o Homem Total, o super homem Nietzschiano. Diversão ou antes ocupação de rotina?
A criança deve ser deixada conduzir-se no proceso didático pela busca do Ser! Não estaremos nós portanto em queda profunda com o tempo na tentativa de o fazer parar sempre que nos comovemos com algo?É aí que se dá a transformação em criança, a criança subjugada, domesticada á via rápida que é a verticalidade do tempo nas nossas vidas.
A outrora criança despreocupada e por vezes desequilibrada fica fechada na torre de papel, na masmorra da maturidade que arde facilmente, que se emociona, quando encontra uma nova distracção, verdade, crença ou saída...
Queremos todos aprisionar o som do oceano dentro do búzio que é a vida, porque simplesmente aprendemos a nos esquecer de como ela de facto deve ser vivida...

*Gostei do post.A dificuldade em lhe achar indiferença pelo facto de focares uma temática que me interessa tanto foi enorme!
Daí não me aguentar e deixar aqui marginalmente um "texto" a expressar a minha opinião.
Stay alive.